CATEQUISTAS – “ANTIQUUM MINISTERIUM”

Mês vocacional

O mês de agosto tem sido, na Igreja, dedicado à reflexão e oração pelas vocações. Inicialmente, pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Dia 4, ao celebrar a memória de São João Maria Vianney, conhecido como Cura d´Ars, comemoramos o dia do Padre. Em nossa Diocese, neste mês vocacional, temos a alegria de ordenar três novos padres. Dia 10, ao celebrar a festa de São Lourenço, diácono e mártir da Igreja de Roma, celebramos o dia do Diácono. Mais recentemente, ao considerar também a vocação à vida em família e o ministério dos catequistas, ampliamos a atenção ao celebrar a Semana da Família e o dia dos Catequistas, refletindo também sobre essas vocações.

Ministério antigo é o dos catequistas

Ao considerar o significativo e antigo ministério (ou serviço) dos catequistas na vida da Igreja, em maio deste ano, o Papa Francisco publicou uma carta apostólica, em forma de “motu próprio” intitulada ANTIQUUM MINISTERIUM. Sobre esse “antigo ministério”, pode-se reconhecer alguma referência no Novo Testamento quando o apóstolo Paulo, dentre os ministérios relacionados, cita o dos “mestres” (cf. I Cor. 12,28-31) que instruem a fé. O Papa escreve: “Desde os seus primórdios, a comunidade cristã conheceu uma forma difusa de ministerialidade, concretizada no serviço de homens e mulheres que, obedientes à ação do Espírito Santo, dedicaram a sua vida à edificação da Igreja” (AM,2). Assim também hoje são milhares as pessoas que, imbuídas de amor à Igreja, dedicam-se a ensinar aos outros tudo o que aprenderam do Senhor Jesus (cf. Mt. 28,20). Essa incumbência, é de todos os membros da Igreja, porém, é concretizada de modo regular e sistemático pelo ministério dos catequistas. São eles que têm instruído gerações de pessoas iniciando-as na vida cristã e preparando-as para que recebam os sacramentos com proveito e consciência. Juntamente com os ministros ordenados, religiosos e missionários que difundiram a fé, a Igreja reconhece uma infinidade de leigos que, diretamente, contribuíram com a difusão do Evangelho, por meio do ensino catequético. Os bispos com seus presbitérios são os primeiros responsáveis em transmitir a fé. Assim como os pais cristãos no âmbito de suas famílias. Os catequistas, em decorrência do Batismo que receberam, são chamados a participar desta atividade que constitui a própria essência da missão da Igreja. O apostolado dos leigos tem uma dimensão secular, isto é, desenvolve-se em meio às realidades do mundo, ordenando-as segundo a vontade de Deus (cf. Lumen Gentium,33). Aqui se encontra a importância insubstituível dos leigos atuando como cristãos em meio ao mundo. Além disso que é próprio da condição dos leigos, eles também podem ser chamados a cooperar com o apostolado dos ministros ordenados, sobretudo no serviço pastoral de transmitir a fé.

A instituição do ministério do Catequista

O Concílio Vaticano II teve dentre suas intenções recuperar e valorizar a participação dos batizados na missão da Igreja, conforme a prática das primeiras comunidades cristãs. Neste sentido, após a conclusão do Concílio, o Papa Paulo VI, em documentos de 1972 e 1975, recomendava às Conferências Episcopais que promovessem outros ministérios instituídos, dentre os quais o de Catequista, tão necessário ao amadurecimento da vida cristã e à difusão da fé. A missão evangelizadora da Igreja é realizada por todo o Povo de Deus, com sua variedade de vocações e ministérios que se harmonizam sem se confundir, na realização da tarefa comum. Na Igreja, no âmbito dos ministérios laicais, existem os que são reconhecidos, os confiados e os instituídos. O ministério instituído dos Catequistas, a ser regulamentado, possui caráter vocacional, ou seja, não é a pessoa que se oferece para exercê-lo, mas é chamada por Deus e pela Igreja. Deve ser um serviço estável prestado à Igreja local e, por isso, deve passar pelo discernimento do bispo diocesano. Convém que para este ministério instituído sejam escolhidos homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham participação ativa na vida da comunidade cristã, tenham reconhecida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, contando com significativa experiência prévia de catequese. Que sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e dos diáconos e tenham disponibilidade para exercer o ministério onde for mais necessário, movidos por verdadeiro espírito apostólico. Com essas recomendações o Papa Francisco instituiu o Ministério laical de Catequista. Caberá às Conferências Episcopais definirem como isso se fará em cada país.

Dom Wilson Angotti

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