Pelo clamor da terra: a crise ambiental e a responsabilidade humana.

O Papa Francisco pede-nos que “rezemos para que cada um de nós escute com o coração o grito da Terra e das vítimas das catástrofes naturais e das mudanças climáticas, comprometendo-nos pessoalmente a cuidar do mundo que habitamos”.

O ser humano tem feito inúmeros estragos e abusos que, progressivamente, ameaçam habitats naturais inteiros, colocando em risco espécimes animais e vegetais e consequentemente o ser humano.

A  Terra precisa ser contemplada, conhecida e preservada. É preciso que as pessoas assumam comportamentos mais respeitosos para com a natureza, desenvolvimento não deve ser sinônimo de destruição.

A relação humana que se deve ter com a Terra é de custódia e não de posse. O mal ecológico é estragar a Terra impedindo um possível futuro.

Para o cristão a Terra é uma herança que recebeu de Deus e que deve cuidar e não destruir. É o mal humano que constitui o ato antiecológico.

Fica claro olhando o mundo atual da necessidade de cuidar da natureza, de respeitar a Terra e os seus ecossistemas. Destruir a Terra e destruir toda a vida que aqui habita.

O consumismo da sociedade que destrói os direitos da natureza e os direitos humanos.  Destruir a Terra é nos destruir pois habitamos a casa comum.

A Terra,  o nosso habitat faz parte da criação de Deus e é, portanto, sagrado. As consequências da destruição da natureza é imensa e não se pode ignorar. Muitas vezes o interesse econômico se sobrepõe a preservação da natureza. É necessário um ambiente saudável que consiste em preservar   a vida, o ar , a água, a terra etc. Trata-se da nossa sobrevivência.

A natureza é parte grande do legado da Criação divina ao homem. Do homem exige-se responsabilidade diante da criação. Existe uma interdependência das formas de vida e do ambiente.

A degradação dos recursos naturais vai de par com a degradação social e humana. A expressão casa comum significa a interdependência em que vivemos e que a ecologia tem que ser vista de forma integral e que afeta a vida cotidiana. Que o desenvolvimento tem que ser sustentável e não destrutivo.  É um grande erro destruir a biodiversidade, que é a base de alimentos e medicamentos. A Irresponsabilidade social e ambiental  leva a degradação do meio ambiente. Deve-se substituir o bem estar materialista pelo bem viver do desenvolvimento pessoal e comunitário.

A devastação e destruição da Terra não pode ser separada do sofrimento dos seres humanos, mais vulneráveis, que dela habitam.

Preservar os equilíbrios ecológicos e ambientais deve ser algo de interesse de toda a  humanidade. A dignidade humana também passa pelo respeito a natureza.

A ecologia integral é o cuidado autêntico a Terra comum da humanidade e da sua sustentabilidade. Devemos escutar o “gemido cósmico” (Rm 8, 22). No Gênesis lemos que somos convidados a “cultivar e guardar” o jardim do mundo (Gn 2, 15), ou seja, preservar, cuidar. Portanto existe uma relação de reciprocidade entre o ser humano e a natureza.

 

Prof. José Pereira da Silva

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