O batismo nos faz membros do Corpo de Cristo que é a Igreja e, a partir disso, nos tornamos cristãos. Todavia, não basta sermos batizados e pronto, é necessário viver uma vida de união com Deus. Essa união se dá, principalmente, por meio da oração. Sem dúvidas, um cristão que não reza não consegue permanecer firme em sua fé. Como disse Jesus aos seus apóstolos: “orai e vigiai para não cairdes em tentação”. (Mt 26, 41). Mas como rezar diariamente mesmo diante das dificuldades atuais e, como vencer essas dificuldades?
Conversando com algumas pessoas, percebi, por meio de seus relatos, que um dos maiores empecilhos na vida de oração é a agitação. Mais não uma agitação externa e, sim interna, dentro de nós. Nossa mente se ocupa com muitas coisas, sempre estamos ocupados e preocupados com algo. Tudo isso, de certa forma, nos tira a concentração na hora de rezar. Nesse sentido, a persistência é uma importante virtude. Rezar é um grande combate contra nós mesmos, pois em todo o tempo, estamos inclinados à preguiça, à distração, ao desanimo, etc.
Os sentimentos, também, estão muito relacionados com nossa espiritualidade. Nesses relatos, essas pessoas disseram que quando estão tristes, cansadas ou sem paz não conseguem se concentrar na oração e acabam não rezando. Acredito que nesses momentos o mais importante é nos dirigirmos a Deus da forma que nos encontramos: sem cerimônias, informalmente e com o coração aberto. Dizer a Deus o que sentimos naquele momento e suplicar seu auxílio.
Muitos acham que rezar é apenas proferir orações prontas como por exemplo o terço, as novenas, jaculatórias, etc. Com isso, acabamos criando uma lista de tarefas a serem cumpridas. Fazemos da oração uma obrigação e, acaba se tornando cansativa. Na verdade, a verdadeira oração não consiste em palavras, mas sim, é a prece sincera que brota do nosso coração e dirige-se a Deus. Assim sendo, podemos fazer das palavras do evangelho às nossas. Nas horas de angústia: “Pai, se for possível afasta de mim este sofrimento.” Nos momentos de alegria: “Minha alma engrandece o Senhor.” Quando nos sentirmos ofendidos: “Pai, perdoa-lhes.” Quando ofendermos alguém: “Perdoa-nos os nossos pecados.” Na solidão: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” São palavras simples, mas sinceras, que nos fazem, em meio as dificuldades do dia a dia, não perder o espírito de oração.
Acredito que devemos, sim, manter uma rotina de oração, porém essa rotina não pode transformar-se em uma prisão, nos levando a perder nossa intimidade com Deus. É importante rezar nossas orações devocionais, mais importante ainda é estar em comunhão com Deus e, a Ele apresentar nossas misérias e falhas, nossas alegrias e sofrimentos, nossos desejos e nosso anseios. Enfim, com o coração aberto apresentar a Ele nossa vida.
Seminarista Danilo Lorenzotti
1º ano de filosofia