“Pátria educadora”

Professores em greve por melhores salários e para garantir uma aposentadoria mais digna. Uma professora fazendo “bico” como diarista em serviços domésticos porque o salário não vence a inflação (deu no Jornal Nacional). Do orçamento público são cortadas verbas para a educação porque o governo precisa economizar. Em janeiro cortou pela metade o orçamento do MEC e, agora em maio, num pacote de cortes, mais R$ 9 bilhões. Tudo em nome de um propalado reajuste fiscal.

Ao mesmo tempo somos informados que um balanço auditado da Petrobras (que é nossa, falta definir a quem se refere esse nossa) mostrou que R$ 6 bilhões foram paro o ralo, pagos em propinas. Pior, outros R$ 22 bilhões foram perdidos por conta de incompetência e maus negócios (lembra de Pasadena?). E a conta fica com quem?
Índices internacionais de avaliação do nível educacional do país revela que alunos no Brasil não sabem a tabuada, nem as regras mínimas da língua portuguesa. Professores, em já sofrendo violência na sala de aula por parte de alunos indisciplinados e presunçosos, são reprimidos violentamente porque fazem manifestações em que demonstram sua insatisfação com políticas escorchantes de seus direitos trabalhistas.

Enquanto isso, uma ONG, Movimento Todos pela Educação, está veiculando propaganda bem intencionada na radio, esforçando-se para convencer os pais a se envolverem na educação dos filhos, a não culpar professores por conta da preguiça de seus pimpolhos e a não assediar educadores na saída da escola exigindo boas notas pra quem não mereceu.

Num país onde as pessoas se acostumaram ouvir que o aluno finge que aprende enquanto o professor finge que ensina, a gente já nem estranha que a presidente proclame, sem nenhum pejo, o seu lema de governo: Pátria Educadora.

Questão de fé?

Recentemente, lendo um artigo no jornal Folha de São Paulo, soube que nos EUA cresce o número de pessoas que recusam tratamento médico, para suas doenças e a de seus filhos menores, por questões de fé. No Brasil a saúde também é uma questão de fé. Tem muita gente que apela para a reza já que não encontra tratamento adequado ou suficiente por parte do SUS. Como costuma dizer uma paroquiana minha “só por Deus mesmo”.

Pe. Silvio Dias
pesilvio@hotmail.com

Fonte: Jornal O Lábaro edição junho 2015

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