“Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! É a paz, a paz deve guiar o destino dos povos e de toda humanidade.” Paulo VI
No dia 24 de fevereiro, durante a madrugada, o Presidente da Rússia Vladimir Putin anunciava uma intervenção militar ao leste da Ucrânia. Não demorou muito para se perceber que tal intervenção, não estava restrita àquela região, e sim a todo território ucraniano. Os veículos de comunicação começavam a divulgar imagens dos ataques às primeiras cidades ucranianas. Todos perplexos olhavam para o cenário que começava a se desenrolar.
É sabido que a ocupação russa foi orquestrada durante muito tempo. Haja vista, o investimento no poderio militar, como se percebe que, de longe, está acima de qualquer outra destinação do dinheiro público, de qualquer outra nação para mesma finalidade. Não se pode conceber que recursos que deveriam ser destinados para saúde, educação, construção de hospitais e de escolas, esporte e lazer, pagamento de servidores públicos, sejam destinados para o aumento do potencial bélico. Não há cultura da paz sem posturas firmes que contribuam para um mundo mais justo e igualitário “a paz é fruto da justiça” (Is 32,17).
Em outras partes do mundo, há também conflitos sangrentos, totalizando sete, segundo a ONU. Destes, destaco o conflito no Iêmen, que conforme o estipulado, já dura 11 anos, fazendo com que a ONU classifique como a pior situação humanitária de nossos tempos. O poder de fogo da atualidade, as armas químicas, as armas biológicas e, sobretudo as armas nucleares arrastam o mundo para uma crise, na qual questiona a sua própria existência.
Se há uma saída para está crise, creio que só se possa haver por meio de uma cooperação mundial, quando todos entenderem que o Planeta Terra é a nossa Casa Comum. Somos de nações diferentes, mas devemos e podemos, juntos, cooperar para o desenvolvimento, tornando o mundo melhor para todos; igualmente, a existência pacifica de um futuro dependerá do nosso comprometimento em estabelecer uma amizade social e uma fraternidade universal. A paz requer esforços para que os adversários se unam como irmãos e os inimigos se deem as mãos.
A força transformadora do Evangelho nos ilumina: “Bem-aventurados os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Não basta ser contra a guerra é necessário ser promotor da paz e da concórdia, lutar por políticas públicas que defendam o valor inegociável da vida, fazendo com que a cultura de morte ceda lugar à cultura da reconciliação e da paz.
Pe. Cleiton Willian Rodrigues