Aos profissionais da área da saúde: responsabilidade pela Vida!

O Papa Francisco pede que rezemos para que o compromisso do pessoal da saúde na assistência às pessoas doentes e aos idosos, sobretudo nos países pobres, seja apoiado pelos governos e pelas comunidades locais.

Os profissionais da saúde ajudam às pessoas que atravessam períodos difíceis com doenças, ajudam os mais vulneráveis. Os idosos recordam a radical fragilidade de cada ser humano, mesmo quando está com saúde, bem como a necessidade de ser amado e apoiado. É fundamental cuidar da vida frágil e enferma.

A gratidão pela heroicidade e dedicação à dignidade da vida humana: aos profissionais da saúde que fazem avançar a história da humanidade na assistência à saúde.

Servir com amor as pessoas que precisam de ajuda faz-nos crescer, a todos, em humanidade. Acolher os doentes em sua fragilidade, ficar ao lado deles à maneira de Jesus. O acolhimento é fundamental diante de uma cultura do descarte principalmente de pessoas doentes, frágeis.

Esse acolhimento dos doentes é uma opção de vida de médicos, enfermeiros(as) e outros profissionais da saúde. O acolhimento do outro, aqui especialmente do enfermo, é um desafio ao individualismo. Afastarmos do egocentrismo e crescer no amor.

O tempo gasto junto do doente é um tempo santo, seguindo Jesus que está no meio de nós como aquele que serve (Lc 22,27).

Os profissionais da saúde são chamados a servir ao irmão enfermo, à estarem com o irmão enfermo, a saírem de si ao encontro do irmão enfermo, à serem solidários com o irmão enfermo.

A doença é uma dolorosa experiência que toca cada um de nós. Abrir os nossos olhos para nos fazer recordar que a doença e o sofrimento estão perto de nós, e que temos o dever de intervir para assistir e ajudar.

É fundamental a ajuda gratuita aos doentes o que constitui um dos sinais para avaliar a civilização de um país.

A saúde é uma condição essencial para o desenvolvimento pessoal e comunitário que apresenta várias exigências. Assumir as ações de promoção e de defesa da vida e da saúde, não apenas em função das necessidades imediatas das pessoas, das coletividades e das relações interpessoais, mas também em função da construção de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento nacional, num quadro de igualdade, de solidariedade, justiça, democracia, qualidade de vida e participação cidadã.

O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, também possui uma elevadíssima dignidade que somos chamados a respeitar e promover. A vida é uma dádiva gratuita de Deus, que deve ser cuidada desde a concepção, em todas as suas etapas.

É preciso sensibilizar a sociedade com relação à realidade do sofrimento, denunciando a marginalização dos doentes em fase terminal e dos anciãos, das pessoas com necessidades especiais.

Promover e defender a saúde como direito fundamental do ser humano, vinculado com a solidariedade, com a igualdade, com a integralidade e com a universalidade.

Criar consciência sobre o compromisso social dos profissionais da saúde para que prestem serviços de educação, de prevenção e de assistência em termos de saúde às comunidades mais pobres.

Entender a saúde como tarefa pessoal e responsabilidade social e comunitária. As instituições do mundo da saúde – hospitais, clínicas etc – são chamadas a educar e a promover a saúde, a cuidar e defender a vida, da concepção à morte natural, a prestar uma assistência integral e humana à pessoa enferma e à sua família, reconhecendo e respeitando seus direitos.

Os profissionais da área da saúde precisam sempre de um fortalecimento dos valores humanos, éticos e bioéticos. Ao lado da competência profissional é fundamental a humanidade, necessitam de uma formação do coração, a compaixão humana.

A dignidade não é gozar de boa saúde, porque ninguém goza de uma saúde perfeita. Por isso, quando estamos doentes, nem por isso temos menos dignidade.  A dignidade é estender a mão, sempre. Aquele que pensa só em si mesmo não é cristão.

Os profissionais da saúde tem um empenho grande, que muitas vezes não é compreendido e suficientemente apreciado. Turnos de trabalho excessivamente duros, pelo estresse das urgências ou pelo impacto emotivo. A eficácia nunca pode ser colocada acima da atenção à pessoa.

A formação dos profissionais da área da saúde, além do estudo e atualização dos conhecimentos técnicos, dar atenção à espiritualidade, que é uma dimensão fundamental da pessoa, muitas vezes negligenciada, mas muito importante, sobretudo para quem vive a doença ou está próximo de quem sofre.

É o cuidado a grande experiência humanizadora. Sem a cultura do cuidado não haverá futuro. O cuidado oferece caminhos.

Rezemos pelos profissionais da área da saúde dedicados a favor da vida. Um dever árduo que deve ser realizado com amor, dedicação e responsabilidade. Chamados ao amor e ao serviço em prol da vida, sobretudo aos doentes e àqueles que sofrem.

Rezemos a Virgem Maria, saúde dos enfermos que, aos pés da cruz (Jo 19,25), compartilhou as dores do Filho, que ajude a cada profissional da saúde para que sejam propagadores do amor, da vida e do cuidado.

Prof. Dr. José Pereira da Silva

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