Cidade do Vaticano (RV) – Como cristãos, somos todos chamados a fazer chegar um raio da luz de Cristo ressuscitado a todos. A presença de Jesus ressuscitado transforma todas as coisas e a fé pascal traz uma nova esperança às nossas vidas. Em síntese, este foi o teor da reflexão do Papa Francisco neste III Domingo da Páscoa, ao encontrar milhares de fieis de todo o mundo na Praça São Pedro, para a tradicional oração do Regina Coeli.
Inspirado no Evangelho do dia, que narra a pesca milagrosa, Francisco mergulhou nos sentimentos que brotaram no coração dos discípulos após a ressurreição: “o conheceram, haviam deixado tudo para segui-lo, cheios de esperança, e agora? O haviam visto ressuscitado, mas depois pensavam: “Foi embora e nos deixou….Foi como um sonho”. As redes vazias, representavam, num certo sentido, “o balanço de sua experiência com Jesus”.
Mas é o Senhor que vai novamente procurá-los, e no amanhecer, se apresenta na margem do lago, pedindo para que joguem novamente as redes. Eles não o reconheceram, mas o milagre da pesca abundante, transforma o sentimento de desolação que imperava. “É o Senhor”, disse João a Pedro, que “pula na água e nada até a margem, ao encontro a Jesus”:
“Naquela exclamação: “É o Senhor!”, há todo o entusiasmo da fé pascal, plena de alegria e de estupor, que contrasta fortemente com a perda, o desconforto, o sentimento de impotência, que haviam se acumulado na alma dos discípulos. A presença de Jesus ressuscitado transforma todas as coisas: a escuridão é vencida pela luz, o trabalho inútil torna-se novamente frutuoso e prometedor, o sentimento de cansaço e de abandono dá lugar a um novo ímpeto e à certeza de que Ele está conosco”.
Francisco recorda, que desde então estes mesmos sentimentos animam a Igreja, animam a nós, que somos a Comunidade do Ressuscitado:
“Se num olhar superficial pode parecer às vezes que as trevas do mal e o cansaço do viver cotidiano tem a supremacia, a Igreja sabe com certeza, que sobre aqueles que seguem o Senhor Jesus, resplandece a luz da Páscoa que não se apaga mais. O grande anúncio da Ressurreição infunde nos corações dos fieis uma íntima alegria e uma esperança invencível. Cristo está realmente ressuscitado! Também hoje a Igreja continua a ecoar este anúncio festivo: a alegria e a esperança continuam a jorrar nos corações, nos rostos, nos gestos, nas palavras”.
Daqui, o chamado aos cristãos, para que levem a mensagem da ressurreição:
“Todos nós cristãos somos chamados a comunicar esta mensagem de ressurreição àqueles que encontramos, especialmente a quem sofre, a quem é solitário, a quem se encontra em condições precárias, aos doentes, aos refugiados, aos marginalizados. A todos fazemos chegar um raio da luz de Cristo ressuscitado, um sinal de seu misericordioso poder”.
Ao concluir, o Santo Padre pediu que “o Senhor renove em nós a fé pascal. Nos torne sempre mais conscientes da nossa missão a serviço do Evangelho e dos irmãos; nos preencha com seu Santo Espírito para que, apoiados pela intercessão de Maria, com toda a Igreja possamos proclamar a grandeza de seu amor e a riqueza da sua misericórdia”.
Após recitar a Oração do Regina Coeli, o Pontífice lançou um veemente apelo pela libertação de todas as pessoas sequestradas em zonas de conflito:
“Na esperança a nós doada por Cristo ressuscitado, renovo o meu apelo pela libertação de todas as pessoas sequestradas em zonas de conflito armado; em particular desejo recordar o sacerdote salesiano Tom Uzhunnalil, sequestrado em Aden, no Yemen, em 4 de março passado”.
Ao concluir o encontro dominical, o Papa saudou os grupos presentes, com especial menção ao Dia Nacional para a Universidade Católica do Sagrado Coração e aos participantes da Maratona de Roma. (JE)
Fonte: Rádio Vaticano