Outubro: Mês Missionário

Jesus se aproximou e lhes falou:

“Foi-me concedido todo o poder no céu e na terra.

Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos…”

(cf. Mt 28,18-19).

1 – Introdução.

Jesus foi solene ao se despedir dos discípulos invocando até sua autoridade antes de enviá-los. Todo poder me foi dado, afirmou e confiou a missão aos que para isso chamara (cf. Mc 3,13-15). Ide… Evangelizar: fazendo discípulas todas as nações. Ide – ontem, hoje e sempre.

Jesus chamou os doze, com a intenção de enviá-los, depois de, para isso, formá-los. Durante sua vida, já, os enviara dois a dois (cf. Lc 10,1-2). Chamou-lhes a atenção para a grandeza da missão e para os sentimentos que deveriam cultivar para o bom desempenho da mesma. Queria que fossem despojados, convictos, sem medo, alegres e pacíficos.

Deveriam ir bem focados na missão recebida. Quando voltaram, chegaram felizes, até eufóricos, prestando contas (cf. Lc 10,17). Jesus, no entanto, os chamou à realidade: deveriam estar felizes, não por causa de alguma realização extraordinária, mas porque seus nomes estavam escritos no céu.

2 – Hoje a missão continua, pois os tempos mudaram… e como. Os adversários de Cristo e do Evangelho, estão mais do que nunca ativos. Em verdade o Reino de Deus tem inimigos que trabalham noite e dia.

Os discípulos do Senhor e membros da Igreja não podem esmorecer no exercício da missão. Mas quem são eles? Somos todos nós.

2.1 – Todos os batizados. Em primeiro lugar: Os ministros ordenados: profetas que não se podem cansar, nem temer nada. São portadores, por excelência, da Boa Nova. Em segundo lugar: Os membros da vida consagrada. Pelo estilo de vida, pelo carisma, devem viver em função do Reino. Devem ser livres, como o Mestre. Obedientes ao Pai como Jesus. Totalmente despojados. Por último, os leigos e leigas. São o grande exército de Cristo, pois estão sempre com as mãos na massa: na indústria, nas faculdades, na economia, na política, etc. São o fermento de um mundo novo. Totalizam 99,9% dos membros da Igreja. Nada devem invejar dos outros irmãos, mas com eles ir para a luta. Não há renovação na Igreja, sem o aporte maciço e convicto do laicato, da família e da juventude. Tenho grande esperança no poder evangelizador do laicato. Que o Pai da messe os ilumine, e assim escutem o que Cristo lhes está dizendo: “Ide também vós trabalhar na minha vinha” (cf. Mt 20,4). Não interessa tanto a hora do envio, mas a determinação para assumi-lo. O mundo espera pela ação evangelizadora dos nossos irmãos leigos.

3 – O Concílio Vaticano II, apresentou as linhas da espiritualidade missionária e suas virtudes. (AG 23-26.29). Pede ainda que se promovam a vocação e a espiritualidade missionárias (AG 29). E o grande Paulo VI? Ele, na “Evangelii Nuntiandi”, retoma a vocação do evangelizador, como ponto fundamental do Espírito da Evangelização (EN 74) (cf. Dicionário de Espiritualidade, Paulinas, Vat II, p. 1646). O Pai – repito – quer continuar a enviar filhos e filhas para a missão.

3.1 – Quer oferecer o dom da missão. O Espírito Santo, alma da Igreja, consciente de sua missão, a quer decididamente missionária (cf. LG 17). É claro que tudo isso exige grande conversão de todos nós. Não somos missionários por instinto, mas por vocação. É preciso sentir paixão pelo Cristo e pelo Reino. Isto exige fé, conversão, bem como, redescoberta da missão batismal. Temos consciência disto?

4 – Nossa Diocese deve ser missionária. São Francisco, nosso Padroeiro, teve espírito missionário. Inaugurou novo estilo de vida religiosa. Desapegou-se das coisas, para apegar-se a Cristo. Ajudou, assim, na purificação da Igreja. Marcou época. Mostrou que é preciso voltar ao essencial: ao Evangelho. Este é a Boa Nova e a missão. Significa ir ao encontro de… como Cristo, como São Francisco, como Santa Teresinha.

5 – Antes de concluir este artigo, quero invocar Maria, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, e Mãe do grande Missionário do Pai: Jesus Cristo. Que ela – A Virgem Aparecida -, nos inspire a sermos o que devemos ser – missionários. Nossa Diocese não pode ser apática ou omissa, pois fomos tanto abençoados pelo Senhor, nesses 106 anos de Diocese. Precisamos de novos missionários. De muitos, seja entre os ministros ordenados, como entre os de vida consagrada, bem como, entre os irmãos leigos, promotores natos de um mundo melhor.

Que o Senhor abençoe a todos.

Dom Carmo João Rhoden, SCJ
Bispo Diocesano de Taubaté

FONTE: O Lábaro – Outubro/2014

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