O que é Indulgência?
Segundo a Constituição Apostólica sobre a Doutrina das Indulgências, de Paulo VI, “Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”. É uma manifestação concreta da misericórdia divina. Ela pode ser parcial ou plenária, na medida que liberta parcial ou totalmente da pena pelos pecados.
O Papa Francisco destaca que dentro de um Ano Jubilar a Indulgência ganha “uma relevância particular, uma vez que a misericórdia de Deus, através da Igreja, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado; ainda permite-nos descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus, não é por acaso que, na antiguidade, o termo ‘misericórdia’ era cambiável com o de ‘indulgência’, precisamente porque pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus, que não conhece limites” (Misericordiae Vultus, n. 22-23). Portanto, a Indulgência é uma graça jubilar.
Quais são as condições gerais para se lucrar uma indulgência?
São fundamentalmente três: confissão sacramental, comunhão eucarística e orações nas intenções do Papa. Em suma, requer-se que o fiel, verdadeiramente arrependido e movido por um espírito de caridade, rejeite todo o apego ao pecado, qualquer seja, mesmo venial.
Como alcançar a Indulgência Jubilar?
Conforme o Decreto das Normas sobre a Concessão da Indulgência (2024), nas sagradas peregrinações: à Igreja Catedral ou às outras Igrejas indicadas pelo Bispo Diocesano. Os fiéis poderão alcançar a Indulgência Jubilar se, de modo pessoal ou comunitário, visitarem em espírito de fé qualquer Igreja Jubilar e aí dedicarem um tempo de meditação e oração com a Palavra de Deus.
Também propõe o Decreto: “os fiéis poderão obter a Indulgência Jubilar se com ânimo devoto, participarem em missões populares, em exercícios espirituais ou encontros de formação sobre os textos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica, que se realizem em uma igreja ou em outro lugar adequado”.
Ainda, a Indulgência Jubilar está ligada às obras de misericórdia e penitência, que dão testemunho de um caminho autêntico de conversão. Os fiéis poderão lucrar a Indulgência através de uma visita aos irmãos que se encontram em situação de vulnerabilidade como doentes, presos, pessoas idosas em solidão, pessoas com alguma deficiência, etc. Tais atitudes refletem uma peregrinação ao Cristo, que se esconde nos mais necessitados, caracterizando uma proposta materializada para esse tempo.
Ela poderá também ser alcançada mediante ações concretas, norteadas pelo espírito de penitência, como sugere a Igreja: abster-se de distrações fúteis, reais e virtuais; apoiar obras de caráter pastoral ou social; dedicar uma parte do tempo livre a atividades de voluntariado. O importante é considerar que para lucrar a Indulgência, é necessário praticar um ato bom para reparar o mau praticado, cumprindo também as condições gerais indicadas anteriormente. Portanto, a Indulgência jubilar não é uma fórmula mágica, mas um esforço sincero de conversão a Deus e aos irmãos, que mesmo após as comemorações do Ano Santo, precisa nortear nossa vida cristã.
Pe. Luiz Gustavo Sampaio Moreira