Diocese de Taubaté promove parcerias para restaurar a Igreja do Rosário

Com várias parcerias, a Diocese de Taubaté está buscando levantar, junto aos poderes públicos, empresários e à população, os recursos necessários para restaurar a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Taubaté. Uma campanha para esse fim está sendo coordenada pela Fundação Dom Couto, encarregada também, do projeto de restauro do templo. Estima-se em mais de 800 mil reais o montante necessário para a realização desse projeto. Os recursos já começaram a chegar, graças às parcerias já efetivadas com entidades governamentais, empresas e iniciativas do clero de Taubaté, assim como de contribuições particulares feitas através dos carnês de uma campanha promovida pela Fundação.

A Igreja do Rosário é uma das principais relíquias arquitetônicas de Taubaté. Sua construção originou-se nos idos de 1700, quando a Irmandade dos Homens Pretos ergueu ali uma capela em homenagem a Nossa Senhora dor Rosário. As paredes da Igreja do Rosário datam desta época e são feitas em taipa de pilão, um método de construção que consistia em grossas paredes de terra socadas entre taipas. Essas taipas, ou armações de madeira, é que davam forma às paredes.

Como patrimônio da Diocese e da cidade de Taubaté, Mitra Diocesana e Prefeitura Municipal agora estão envolvidas em um movimento pela restauração da Igreja do Rosário. Ao longo de seus 300 anos de existência, ela passou por várias reformas e, desde 2010, está interditada pela Prefeitura Municipal de Taubaté porque suas paredes estavam em risco de ruir. A igreja é tombada por Decreto Municipal, nº. 8.209, de 14 de dezembro de 1996, por sua relevância histórica local e regional.

Nos últimos três anos e meio, a Diocese de Taubaté, através da Fundação Dom Couto, está em busca de apoio e de recursos para a restauração arquitetônica da igreja. Uma das primeiras providências tomadas foi celebrar parcerias com empresas especializadas na área de restauro. Essas empresas já têm em seu currículo restaurações de várias igrejas no Brasil, entre elas as catedrais da Sé de São Paulo e a de Brasília, o Mosteiro de São Bento, também em São Paulo. Paralelamente às providências relativas ao projeto de restauro, em 2011, foram feitas intervenções emergenciais e paliativas na edificação, como reparo nas calhas, testes nas tubulações, remoção de entulho e gradil nas portas da igreja e intervenções no telhado.

Em 2012, foi firmada uma parceria de iniciativa privada, através do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), para fins de captar recursos do ProAC, um programa da Secretaria de Cultura para ações culturais, que havia aprovado o projeto de restauração. Por motivos burocráticos, o processo todo não anda com a rapidez que seria desejada. O ano de 2013, por exemplo, foi gasto em visitas técnicas, elaboração de laudos junto à Prefeitura Municipal de Taubaté. Nesse ano, a Prefeitura de Taubaté sinalizou com a possibilidade de um convênio para o restauro, após a aprovação do Projeto Básico.

Atualmente, o projeto passa por adequações, a fim de atender as exigências da Prefeitura, relativas ao telhado e ao forro. Ao mesmo tempo deu-se início à campanha para arrecadação de recursos em prol das obras junto à população. Para isso, a Diocese de Taubaté, juntamente com a Fundação Dom Couto lançaram o “Projeto Cultural de Restauração Igreja do Rosário”, para buscar o apoio de toda população de Taubaté e das cidades que compõem a Diocese.

Algumas ações foram promovidas no mês de Julho como uma visita monitorada à igreja, para que se tornasse conhecida a necessidade das obras. Para angariar fundos, foram promovidas a Tarde de Autógrafos do Pe. Fábio de Melo, com o lançamento do livro “O Discípulo da Madrugada”, e algumas paróquias destinaram a coleta das missas para as obras de restauro.

No início do mês de setembro foi realizada a DIOFEST, com três dias de atividades beneficentes no Taubaté Country Club. No dia 5, aconteceu um baile, no sábado, 6, foi promovida uma feijoada e no domingo, 7, foram realizadas uma gincana e um bingo. Encerrando a festa, foi celebrada uma missa presidida pelo Bispo Diocesano de Taubaté, Dom Carmo João Rhoden.

Sempre por meio da Fundação Dom Couto, a Diocese de Taubaté está realizando outras atividades para arrecadar fundos. Carnês e camisetas estão à disposição da população. Os carnês são destinados às pessoas que desejem contribuir com a restauração. Ele não tem um valor fixo, justamente para que todos possam participar desta história, o benfeitor contribui com a quantia que quiser. Além disso, o Santuário Diocesano de Santa Teresinha, em Taubaté, tem participação especial no projeto, fazendo acontecer todo dia 7 de cada mês, às 19h, missa em prol da restauração, com a presença da Irmandade Nossa Senhora do Rosário.

A Igreja do Rosário, junto com o Palácio Episcopal contiguo, é um ponto histórico na cidade, além da tradição, cultura e afeto que se tem pelo local. Restaurar essa igreja é mais que uma obra material, é uma obra de fé. A Diocese de Taubaté precisa de recursos na ordem de R$ 800 mil, os quais pretende conseguir junto à iniciativa privada e à população.

Você pode contribuir adquirindo um carnê na Fundação Dom Couto, no Santuário Diocesano de Santa Teresinha ou na Comunidade São João Batista, em Taubaté. Alguns carnês estão em forma de boleto bancário, para serem pagos nas Casas Lotéricas. Outro tipo de carnê, tem mensalidades que podem ser quitadas na sede da Fundação Dom Couto, que atende no antigo Palácio Episcopal, na Praça Barão da Pedra Negra (o Largo do Rosário), número 30, em Taubaté.

Histórico da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Taubaté

A construção da Igreja do Rosário foi, iniciada nos primeiros anos do século XVIII. A técnica de construção nesse período era a taipa de pilão, que consistia em grossas paredes de terra socada entre “taipais”. Taipas eram armações de madeira que iam dando a forma às paredes. Tanto a primeira capela, de 1700, como sua reconstrução, a partir de 1861, foram feitas em taipa de pilão, com paredes que variavam de 1,10m a 1,43m.

A capela-mor da igreja foi erguida no século XVIII, com a construção da primeira capela. O corpo restante da igreja data de sua ampliação, em meados do século XIX. Por volta de 1700 foi construída uma capela pela irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos. Em 20 de agosto de 1705, o bispo do Rio de Janeiro, Dom Francisco Jerônimo, aprovou o compromisso desta irmandade em ornar e paramentar a pequena igreja. Em 1861 a capela estava prestes a ruir, os irmãos deliberaram reedificá-la. A comissão nomeada para a reforma da capela solicitou a demolição da antiga e a compra de terrenos vizinhos para o embelezamento do entorno com a construção de uma praça. A reforma teve início no ano seguinte, com o translado das imagens e vasos sagrados para a matriz da cidade, hoje a atual Catedral de São Francisco. A reconstrução foi iniciada no mesmo local da capela primitiva. Em 1882 as reformas ficaram prontas, e em 15 de setembro do mesmo ano, o bispo de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, concedeu licença
para a benção da igreja, a qual se deu em 29 de setembro, quando a imagem de Nossa Senhora do Rosário retornou da igreja matriz.

Em 23 de abril de 1914, já como patrimônio da nova Diocese de Taubaté, criada em 1907, foram realizadas novas obras de reforma e uma nova decoração na igreja. Nesse tempo, ela era chamada de “capela do palácio”, porque, ao seu lado, erguia-se a residência do bispo de Taubaté, Dom Epaminondas à época. Novas intervenções aconteceram em1936, para obras de manutenção e conservação do templo. Entre os anos de 1950 e 1953, a igreja passou pela sua quarta reforma. Contou com a ajuda da comunidade para que esta tradicional igreja fosse completamente remodelada. Em 2010 foi embargada pela Defesa Civil de Taubaté e fechada ao público, porque sua estrutura estava bastante comprometida e o telhado ameaçava cair.

Por Anaísa Stipp

FONTE: O LÁBARO – SETEMBRO 2014

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