Exortação Apostólica do Papa Francisco C’EST LA CONFIANCE

“É a confiança, e nada além da confiança, que deve nos conduzir ao amor” (Santa Teresinha). Com estas palavras, o Papa Francisco iniciou a reflexão sobre a vida e obra de uma das santas mais conhecidas e amadas em todo o mundo, assim como São Francisco, ela é amada até por não cristãos. Foi reconhecida pela UNESCO como uma das figuras mais significativas da humanidade contemporânea.

O documento foi publicado no ano passado para comemorar os 100 anos de sua beatificação e ao mesmo tempo preparar a comemoração do centenário da sua canonização em 2025. Mas o objetivo central da Exortação é apresentar Santa Teresinha como um fruto maduro da reforma do Carmelo e da espiritualidade da grande santa espanhola.

No primeiro capítulo do documento, o Papa reflete a importância de levar Jesus aos outros. A experiência de fé vivenciada por Teresinha lhe proporcionou uma alma missionária. Ela definiu sua missão do seguinte modo:  Eu desejarei no Céu o mesmo que na terra: amar Jesus e fazê-lo amar”, ela escreveu que entrou no Carmelo “para salvar as almas”. Segundo o Papa Francisco, a graça nos liberta da autorreferencialidade, e nos faz missionários.

Na segunda parte do texto, o Papa apresenta resumidamente os traços essenciais da “pequena via”: confiança e amor. Esse caminho espiritual vai na contramão da ideia pelagiana de santidade, individualista e elitista, mais ascética do que mística, que enfatiza o esforço humano, e não tanto a ação da graça na vida de fé.

Já no terceiro capítulo, o Papa Francisco recorda-nos as palavras inspiradoras de Teresinha: “No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor. Assim serei tudo…., assim o meu sonho será realizado”. “Não é coração de uma Igreja triunfalista, mais o coração de uma Igreja amorosa, humildade e misericordiosa”, reflete Francisco.

Por fim, o Papa apresenta Santa Teresinha como a “Doutora da síntese”, dizendo que esta Exortação nos permite recordar que, em uma Igreja missionária, “o anúncio concentra-se no essencial, no que é mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário. A proposta acaba simplificada, sem com isso perder profundidade e verdade, e assim se torna mais convincente e radiosa. O núcleo luminoso é ‘a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado’ (EG, n. 36)”.

 

Pe. Luiz Gustavo Sampaio Moreira
Reitor do Seminário Diocesano de Teologia

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