Cidade do Vaticano (RV) – “O Senhor se sente verdadeiramente a casa na nossa vida? Permito-lhe fazer ‘limpeza’ no meu coração e expulsar os ídolos, isto é, as atitudes de ganância, inveja, mundanismo, aquelas atitudes de fofocar e prejudicar os outros? Permito-lhe fazer limpeza dos comportamentos contra Deus e contra o próximo”. Perguntas que o Papa Francisco dirigiu ao meio-dia deste domingo aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, antes de rezar a Oração Mariana do Angelus, comentando o episódio evangélico da expulsão dos vendedores do templo.
“Oh Padre eu tenho medo que Ele me bata – prosseguiu o Papa improvisando -, mas Jesus não bate nunca. Jesus faz limpeza não com o chicote, mas com a misericórdia, com o amor. Deixemos que o Senhor entre com a sua misericórdia, na com o chicote. Vamos abrir-lhe a porta para que faça um pouco de limpeza”.
“Um gesto profético”, assim definiu o Papa a expulsão dos vendedores do templo, e a mensagem dada naquela ocasião por Jesus se compreende “plenamente à luz da sua Páscoa”.
“Temos aqui, de acordo com João, o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: seu corpo, destruído na cruz pela violência do pecado, se tornará na Ressurreição o lugar de encontro universal entre Deus e os homens. E Cristo Ressuscitado é precisamente o lugar do encontro universal – de todos! – entres Deus e os homens. Por isso a sua humanidade é o verdadeiro templo, onde Deus se revela, fala, se faz conhecer; e os verdadeiros adoradores de Deus não são os guardiões do templo material, os detentores do poder e do conhecimento religioso, mas aqueles que adoram a Deus em espírito e em verdade” (Jo 4,23).
Neste tempo de Quaresma – abservou ainda o Papa -, estamos nos preparando para a celebração da Páscoa, quando renovaremos as promessas do nosso Batismo.
“Caminhemos no mundo como Jesus e façamos de toda a nossa existência um sinal de seu amor por nossos irmãos, especialmente os mais fracos e os mais pobres, vamos construir para Deus um templo em nossas vidas. E, assim, O tornamos “ao alcance” de tantas pessoas que encontramos no nosso caminho. Mas, – nos perguntamos – o Senhor se sente verdadeiramente a casa em nossas vidas? Nós permitimos que ele faça uma “limpeza” em nossos corações e expulse os ídolos, ou seja, as atitudes, que talvez se instalaram?” Expulsar as atitudes de ganância, inveja, mundanismo, aquelas atitudes de fofocar e prejudicar os outros?
O Papa concluiu suas palavras recordando que cada Eucaristia que celebramos com fé nos faz crescer como templo vivo do Senhor, graças à comunhão com o seu Corpo, crucificado e ressuscitado. Jesus conhece o que está em cada um de nós, e conhece também o nosso mais ardente desejo: de ser habitado por Ele, só por Ele.
Maria Santíssima, – finalizou – morada privilegiada do Filho de Deus, nos acompanhe e nos sustente no itinerário quaresmal, para que possamos redescobrir a beleza do encontro com Cristo, que nos liberta e nos salva.
Em seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica. (SP)
Fonte: Rádio Vaticano
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