Os padres da diocese de Taubaté realizaram a renovação de suas promessas sacerdotais diante do bispo diocesano, Dom Wilson Angotti, na quinta-feira santa, na tradicional celebração da missa do crisma, ocasião em que são abençoados pelo senhor bispo, os óleos dos catecúmenos, dos enfermos e do crisma, usados na administração dos sacramentos nas paróquias pertencentes à Diocese.
A celebração ocorrida em 2023, no dia 06 de abril, na Catedral São Francisco das Chagas em Taubaté, tendo seu início às 9h da manhã, contou além da presença e presidência eucarística conduzida por Dom Wilson Angotti, também com a participação de todo o clero, e uma expressiva participação do povo de Deus que lotou a Igreja mãe da diocese para vivenciar essa tradicional celebração litúrgica. Religiosos, religiosas e seminaristas compuseram também a piedosa e participativa assembleia da celebração solene.
O bispo diocesano estabeleceu como referência de sua reflexão na celebração eucarística o lema do 3º ano vocacional vivenciado no Brasil: “Vocação, graça e missão”. Destacou que o ser humano é vocacionado, chamado por Deus em vários momentos e dimensões da existência. Deus chama à vida, na medida que é criador e origem de todas as coisas, chama à fé, ao discipulado, a permanecer com ele na amizade, e no fim de nossos dias no mundo, chama à própria eternidade.
Dirigindo-se especificamente aos padres presentes na missa de renovação de suas promessas sacerdotais, lembrou que a vida sacerdotal também é um chamado específico que Deus realiza na comunidade de fé.
Discorrendo sobre o tema do ano vocacional na celebração, afirmou que a consciência vocacional traz alegria profunda ao coração, mas também deve gerar senso de responsabilidade e compromisso.
Desdobrando, ainda mais claramente o lema do ano vocacional à luz dos textos bíblicos proclamados na celebração, apontou que a “graça” é o fato de “serem sacerdotes, chamados ministros de Deus”. Ainda, esse chamado se instaurou na vida de cada um dos padres ali presentes não por méritos próprios, mas por genuína liberdade e graça de Deus. Por essa ação de iniciativa divina, os padres foram ungidos com o óleo da alegria e com o Espírito Santo, fator que os uniu e identificou com Cristo. Feitos sacerdotes por graça, os homens são chamados a corresponder por uma vivência consciente e digna.
A alegria da vida sacerdotal, como intuiu e expressou São Francisco das Chagas, está “mais em dar do que em receber”, em fazer da vida serviço em prol dos irmãos e da comunidade, e não se desvirtuando em busca de glória pessoal, uma vez que associado a Jesus pela ordenação, o padre continua a missão de Cristo, que não poupou sua vida em função e bem das ovelhas. Tais esforços, por sua vez, devem marcar a vida do padre.
Corresponder à graça do sacramento da ordem, significa, então, ser disponível e dedicado à pregação do evangelho, à cura da ferida das almas, à presença consoladora frente aos que sofrem, fazendo-se próximo dos irmãos pela sensibilidade e compaixão.
Ao final de sua reflexão, Dom Wilson Angotti motivou os padres presentes a renovarem seus compromissos e propósitos espirituais, orando a partir das palavras de Jesus do evangelho proclamado na liturgia, que dissessem “que se cumpra hoje em nós essa palavra”. Houve assim, uma atualização e aplicação do texto bíblico a si mesmos num exercício de espiritualidade.
Propôs, por fim, que interiormente, de modo prático e piedoso, que os sacerdotes mentalmente revisitassem a igreja ou outro local em que eles foram ordenados. E que esse exercício fosse acompanhado pelo agradecimento, a reafirmação das promessas e a invocação do Espírito Santo para uma vivência frutuosa da missão.
A celebração sempre muito expressiva e bela, foi enriquecida por essa confluência entre o dia da instituição do sacerdócio e o 3º ano vocacional vivenciado no Brasil, como bem destacado por Dom Wilson e vivenciado pelos padres, religiosos e o povo de Deus presentes na ocasião.
Evidenciada a força expressiva da missa do crisma e a unidade diocesana que nela se realiza, Dom Wilson Angotti pediu que os padres presentes levassem seu voto de feliz Páscoa a todo o povo nas paróquias da diocese e apresentassem os santos óleos abençoados na ocasião na vigília pascal, como uma visível manifestação e catequese da unidade diocesana.