A função dos padrinhos de Batismo é “colaborar com os pais em sua missão”[1] de ajudar o batizando a “crescer na fé, observando os mandamentos e vivendo na comunidade dos seguidores de Jesus”[2]. Dessa forma, os padrinhos são chamados a ser testemunhas de Cristo para a criança ou adulto que será batizado, zelando “por sua perseverança na fé e na vida cristã”[3].
Por isso, os padrinhos devem ser pessoas que vivam a fé e a testemunhem, tendo assim, recebido a educação cristã e sendo capazes de auxiliar os pais na educação da fé dos afilhados. Por este motivo, a Igreja exige que aqueles que assumirão a nobre missão de padrinhos devam ter as seguintes condições[4]:
- seja designado pelo próprio batizando, pelos pais ou por quem faz as vezes destes ou, na falta deles, pelo pároco ou ministro, possua aptidão e intenção de desempenhar este encargo;
- tenha completado dezesseis anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo Bispo diocesano;
- seja católico, crismado e receba a Santíssima Eucaristia, leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
- não esteja impedido por nenhuma pena canônica legitimamente aplicada ou declarada;
- não seja o pai ou a mãe do batizando;
- no caso de padrinhos casados, é necessário que tenham recebido o sacramento do Matrimônio, ou seja, que sejam casados na Igreja[5].
O critério para a escolha dos padrinhos deve ser unicamente o religioso. Lembrando que o sacramento do Batismo faz com que o batizado seja inserido na vida em Cristo, isto é, o batizado é inserido numa existência nova, para que seja perseverante nesta nova caminhada, precisa da orientação e do zelo dos pais, mas também dos padrinhos. Estes serão aqueles que iluminarão o caminho para que o batizado persevere na fé e na comunhão com Deus.
Infelizmente, na maioria das vezes, o sacramento do Batismo não é acolhido como dom de Deus. Muitos pais ainda vão à Igreja pedir este sacramento aos filhos, simplesmente para manter a tradição familiar de batizar os filhos, ou ainda, por uma questão supersticiosa, de que o batismo é uma bênção que ajuda a espantar os males da criança. Por esta mentalidade reduzida do sacramento do Batismo é que muitos pais escolhem erroneamente os padrinhos, não levando em conta as condições que estes devem ter para que possam desempenhar tal encargo.
Padre Miguel Gustavo
Assessor Diocesano da Pastoral do Batismo
[1] RITUAL do Batismo de crianças, Rito para o Batismo de várias crianças, n. 41.
[2] RITUAL do Batismo de crianças, Rito para o Batismo de várias crianças, n. 40.
[3] RITUAL do Batismo de crianças, A Iniciação Cristã, n. 8.
[4] Cf. CÓDIGO de Direito Canônico, Cân. 874 §1.
[5] DIRETÓRIO dos Sacramentos, Batismo, n. 18.