FLEXÍVEL COMO O BAMBU

Dentro da programação do Ano Santo da Diocese de Taubaté, o dia 08 de fevereiro foi escolhido para o Jubileu dos Enfermos e Profissionais da Saúde. Tema de grande importância, uma vez que a chegada de uma enfermidade pode desencadear mudanças significativas no emocional do doente e na dinâmica familiar. Basta pensarmos numa família cujo o membro seja portador de necessidades especiais ou de algum transtorno, com alguma dependência, com doença degenerativa e/ou com doenças psicológicas como: a depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico, dentre outros, sendo estes últimos cada vez mais crescentes nos dias de hoje.

Sendo assim, trago a reflexão sobre a Resiliência, palavra emprestada da Física. Dentro das ciências da saúde, não existe uma definição única, a que utilizarei aqui a resiliência é considerada como: uma capacidade de se recuperar da adversidade de forma mais fortalecida e capaz de agir. Em síntese, a resiliência permite que às pessoas desenvolvam uma visão mais positiva diante das adversidades da vida, restituindo seu equilíbrio emocional após mudanças ou grandes situações de estresse, transformando assim os obstáculos em oportunidades de desenvolvimento; cuja características nos lembra a famosa Parábola do bambu.

Na maioria dos países orientais, o bambu é considerado uma planta nobre e de qualidades valiosas. Devido a sua importância, surgiram várias versões de parábolas relacionadas ao bambu e inúmeras lições dessa notável planta. Segundo a tradição, depois de plantada a semente, não se vê nada por um período de pelo menos cinco anos, já que seu crescimento se dá a princípio debaixo da terra, criando assim uma base sólida. Após esse período, no quinto ano, o bambu começa a crescer e pode atingir até 25m de altura. O bambu também é conhecido por sua flexibilidade, podendo se curvar diante das adversidades (sem quebrar) e resistir bravamente às fortes tempestades e ao inverno intenso, devido a sua capacidade de resiliência. Assim, também podemos aprender com o bambu e procurar vivenciar os momentos difíceis e de enfermidade na família (tanto pela ótica do doente, dos cuidadores e familiares, como também pelos profissionais da saúde envolvidos) com maior resiliência, serenidade e apoio emocional mútuo. Afinal, o segredo do bambu não é a força, mas a flexibilidade.

Fabiana M. de Oliveira Rocha
Psicóloga Clínica CRP 06/119176
Pós-graduação em Terapia Familiar Sistêmica e TEA

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