No dia 14 de outubro, uma segunda-feira, os seminaristas e reitores de nosso Seminário Diocesano Sto. Antônio participaram de uma celebração na capela da Casa Geral das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, situada a Rua Major Antônio Domingues, n. 244, no centro da cidade de São José dos Campos/SP.
No mês de junho deste ano corrente, no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, as irmãs deram início a um percurso preparatório que culminará na celebração, em 2026, dos 90 anos de criação da Congregação, fundada em 1936. Neste percurso, todos os meses será realizada uma celebração própria, onde se rezará na intenção desta grande festividade.
Algumas pessoas de nossa Diocese podem se perguntar o porquê de nosso Seminário Diocesano ter ido celebrar com algumas irmãs residentes em uma outra Diocese (São José dos Campos), sendo que temos diversas casas religiosas de irmãs em nossa própria Diocese. Podemos enumerar alguns motivos: talvez pela amizade entre a Madre e os reitores de nosso seminário; pelo simples fato de fomentar um convívio fraterno na vida religiosa entre nossos seminaristas e as irmãs, ou ainda, para que nossos seminaristas pudessem conhecer o trabalho realizado pelas irmãs nas diversas atividades que exercem em nosso país e no exterior. Para além de todos esses motivos, que não ficam de fora da realidade do momento vivido, o motivo mais profundo para a participação de nosso Seminário Diocesano nessa celebração se encontra na história de nossa própria Diocese e de nosso primeiro Bispo Diocesano, Dom Epaminondas Nunes de Ávila e Silva.
A criação da Diocese de Taubaté se deu em 1908, quando o Papa Pio X desmembrou, da então Diocese de São Paulo, cinco novas dioceses: Taubaté, Campinas, Ribeirão Preto, Botucatu e São Carlos do Pinhal. Somente em 1909, quando os preparativos da nova Diocese de Taubaté haviam sido concluídos, foi que o papa nomeou seu primeiro Bispo, Dom Epaminondas. Neste período, a diocese possuía em seus limites territoriais o território em que hoje estão as Dioceses de Lorena, Caraguatatuba, a Arquidiocese de Aparecida e a diocese de São José dos Campos.
Após ter tomado posse na nova Diocese, em novembro de 1909, Dom Epaminondas lutou incansavelmente para formar o clero local, de modo que, três meses após sua posse, fundou o nosso Seminário Diocesano Santo Antônio, sendo fundado também, no mesmo ano, o jornal de circulação diocesana, chamado de “O Lábaro”, e que também serviu para promoção vocacional.
No ano de 1922, a professora Dulce Rodrigues dos Santos, que possuía 21 anos, sai de São Paulo para São José dos Campos, a fim de realizar um tratamento contra tuberculose. No período de permanência na cidade, se encontra com Dom Epaminondas e, ali, surge uma amizade que culmina no nascimento da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. Com o auxílio de Dom Epaminondas, Dulce Rodrigues, descobre cada vez mais a sua vocação de cuidado para com os mais sofredores. Segundo relatos das irmãs, foi o próprio Dom Epaminondas quem revestiu Dulce como a primeira irmã da Congregação, sendo reconhecida como a primeira madre e fundadora, junto a Dom Epaminondas, passando a se chamar Maria Teresa de Jesus Eucarístico, nome que lhe foi imposto pelo próprio bispo. O carisma que se originou é o de uma intimidade mais profunda para com Jesus Eucarístico, e isso se intensifica ao aplicar esse carisma na oração incansável pelos sacerdotes, que sempre foi um dos pilares da Congregação e faz parte do testamento espiritual de Madre Maria Teresa, que faleceu em 1972.
Vemos neste brevíssimo relato do início da Congregação, o motivo que levou nosso Seminário até a Casa Geral das irmãs: ambos possuem o mesmo pai fundador. Dessa forma, o momento celebrativo tomou ares de um encontro entre irmãos, não apenas em Cristo Jesus, mas também no desejo do coração flamejante de Dom Epaminondas de cuidar das vocações sacerdotais, o que nos recorda de um convívio a muito realizado entre as duas instituições religiosas, pois, por muitos anos, as irmãs da Congregação cuidaram de nosso Seminário e de nossos seminaristas, vendo frutificar a obra iniciada, por Dom Epaminondas, em tempos idos.
Seminarista Wellington Giovane Santos