Dando mais um passo na nossa caminhada litúrgica, veremos neste mês alguns elementos do Ciclo do Natal, um momento importante no Ano Litúrgico, pois celebramos o Mistério da Encarnação.
Recordando
O ano litúrgico é composto de dois grandes ciclos, o do Natal e o Pascal. O Ciclo do Natal é composto dos seguintes tempos: Natal, Primeira Parte do Tempo Comum e a Quaresma.
“A Igreja nada considera mais venerável, após a celebração anual do mistério da Páscoa, do que comemorar o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações” (Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário, n. 32)
O Tempo do Natal e o Pascal possuem uma particularidade, ou seja, possuem os dias de Oitava (durante oito dias se celebra o acontecimento como Solenidade).
O Tempo do Natal
O Tempo do Natal tem seu início com as Primeiras Vésperas (Fim da Tarde do dia 24) e vai até o Domingo depois da Epifania (Manifestação do Senhor) ou ao Domingo depois do dia 6 de janeiro. Neste ano, celebraremos em 12 de janeiro, o Batismo do Senhor.
A cor Litúrgica utilizada neste período é o Branco, sinal sobretudo da Alegria pela vinda do Salvador.
O Natal do Senhor tem sua oitava organizada do seguinte modo:
- a) No Domingo dentro da oitava, ou, em falta dele, no dia 30 de dezembro, celebra-se a festa da Sagrada Família
- b) No dia 26 de dezembro, celebra-se a festa de Santo Estevão
- c) No dia 27 de dezembro, celebra-se a festa de São João, apostolo e Evangelista;
- d) No dia 28 de dezembro, celebra-se a festa dos Santos Inocentes
- e) No dia 01 de janeiro, oitavo dia do Natal, celebra-se a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, no qual se comemora também a imposição do Santíssimo Nome de Jesus
A Espiritualidade do Tempo
Natal é nascimento. É celebração do Mistério da Encarnação. Dizíamos no artigo anterior que Advento, significava um momento em que o Rei tomava posse. O Rei chegou. Numa criança indefesa, nossa fé vai reconhecer o Filho de Deus.
“Natal é festa messiânica. É por isso que os anjos dizem aos pastores: ‘Nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor’. É por isso que os magos vêm de tão longe: procuram o recém-nascido Rei dos Judeus”
Celebrar o tempo do Natal, é celebrar a bondade, a misericórdia e o Amor de Deus por cada um de nós. No Filho encarnado temos a expressão visível do que o Pai sente pelos seus filhos e filhas peregrinos neste mundo.
Um hino da liturgia das horas diz: “do sol nascente ao poente cantai, fiéis, neste dia, ao Cristo Rei que, por nós, nasceu da Virgem Maria…Não recusou o presépio, foi sobre o feno deitado; quem mesmo as aves sustentam com leite foi sustentado. Do céu os coros se alegram, os anjos louvam a Deus. Pastor se mostra aos pastores quem fez a terra e os céus. Louvor a vós, ó Jesus, que duma Virgem nascestes. Louvor ao Pai e ao Espírito no azul dos paços celestes”.
Conclusão
Que a espiritualidade deste Tempo, nos ajude a entender que Liturgia é um processo de conversão, assim como também nossa vida. Todos devemos buscar no mistério da encarnação, um sentido para realizarmos em nossas comunidades uma liturgia mais inculturada e uma autêntica expressão do Mistério da Ressurreição que tem seu sentido a partir do Mistério da Encarnação.
Pe. Kleber Rodrigues da Silva