Solicitado pela redação de “O Lábaro”, expresso um pouco dos meus sentimentos experimentados ao lado de Dom Carmo, exercendo a função de Vigário Geral da Diocese de Taubaté.
Esta missão que de “per si” é honrosa e difícil, para mim foi também de grande alegria: poder participar nesses três anos ao seu lado nos trabalhos da Diocese.
Quanta dedicação no pastoreio! Mesmo diante de tantas preocupações nunca percebi, em sua pessoa, desânimo ou reclamação, mas sempre coragem e um profundo desejo de avançar na evangelização, promovendo nos fiéis uma experiência profunda e pessoal com Jesus.
Marcante em sua pessoa foi o grande desejo de tornar os fieis desta Igreja particular verdadeiros e autênticos discípulos missionários na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Nada o detinha! Nem mesmo a cirurgia cardíaca.
Quando fui visitá-lo, logo após essa intervenção cirúrgica, percebi o quanto rápido ele queria se recuperar para estar na missão e no pastoreio novamente. Uma dedicação incansável, presença constante. Nos finais de semana quantas reuniões ou encontros, quantos houvesse, ele sempre conseguia tempo para visitá-los e proferir uma mensagem de incentivo. No ano de 2000, após sete anos de missão na Diocese de Cruzeiro do Sul, no Acre, pedi a Dom Carmo autorização para vir trabalhar na Diocese de Taubaté. Desde então percebo nele coragem e destemido desejo em promover os leigos, para que assumam cada vez mais a sua missão recebida no Batismo e na Crisma, sempre desejando uma Igreja comunhão e participação.
Nas cerimônias de ordenação procurava deixar clara a importância da comunhão no presbitério e na comunidade. Em momentos de prece, especialmente perante o Santíssimo, ele deixava transparecer um profundo gesto de entrega filial e sem reserva à luz do Espírito Santo. Sou muito grato a Dom Carmo por me acolher no clero de sua diocese e pela confiança em mim depositada. Com a Diocese de Taubaté agradeço a Deus esta grande graça de tê-lo por quase 19 anos no pastoreio episcopal. Que Nossa Senhora Mãe da Igreja e São Francisco das Chagas sempre intercedam a seu favor em todos os seus trabalhos que, certamente, ele continuará a desempenhar como bispo emérito. Rezo para que sempre sejam coroados de êxito.
Não posso deixar de externar o agradecimento a Dom Carmo pelo testemunho edificante de vida fraterna demonstrado na convivência com Dom Antônio e na acolhida generosa que sempre mostrou todos os que o procuraram. A prioridade sempre foi o acolhimento ao outro, nunca a si mesmo, sempre tratando a todos com respeito, humildade e bondade de Pastor.
Cônego Elair Fonseca Ferreira
Vigário Geral da Diocese de Taubaté
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