O Papa Francisco nos pede para que “este Jubileu nos fortaleça na fé, nos ajude a reconhecer Cristo ressuscitado no meio das nossas vidas e nos transforme em peregrinos da esperança cristã”.
O Papa Francisco anunciou para o ano de 2025 o Jubileu, acontecimento de grande importância espiritual, eclesial e social. O primeiro Ano Santo foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII ( 1235-1303), em 1300. O Ano Santo é um momento especial de graça, perdão dos pecados, expressão da misericórdia de Deus. O Jubileu de 2025 deseja ser momento de esperança e confiança. Renovar a missão evangelizadora da Igreja.
O Ano Jubilar tem como tema central a esperança. E que pode ser resumido em: peregrinos da esperança.
No Antigo Testamento Julileu vem do hebraico yobel, no latim jubilare que significa sentir grande alegria. Era o ano em que se fazia o resgate de propriedades compradas nos últimos 50 anos (Lv 25, 8-9). A instituição deste ano do jubileu estendia-se ao resgate de pessoas escravizadas.
Hoje, a conotação enfatiza como sendo um tempo dedicado de modo particular a Deus, de graça, de perdão dos pecados e das penas deles, de reconciliação, de conversão e de penitência. Diferente do passado hoje a Igreja Católica celebra a cada 25 anos. Jubileu também conhecido como Ano santo. Os fiéis são incentivados a confessar seus pecados, rezar e participar da comunhão e realizar obras de misericórdia. A Porta Santa da Basílica de São Pedro é aberta pelo Papa apenas durante o Jubileu, marcando o início do Ano Santo.
Com o tema Peregrinos de Esperança, o Papa Francisco convida os cristãos a redescobrirem a esperança e a misericórdia de Deus em um momento de desafios globais.
A Esperança é uma virtude teologal, base e dinamismo da existência cristã, pessoal e comunitária, enquanto esta é uma marcha e mesmo uma subida. A esperança é fundada na Fé que a faz aderir, agarrar-se à Palavra-promessa, para se tornar certeza ativa e combativa, confiante na força que vem de Deus, plenamente eficaz, pois faz triunfar a quem nele se apoia e se empenha em agir, livrando-se da autossuficiência e vencendo o desânimo.
A esperança emerge , antes de tudo, como dinamismo da vida. Nutrir e reforça a esperança é, antes de mais nada, oferecer bases e condições concretas de viver. Podemos perceber isso na pedagogia bíblica, quando vermos o Deus da promessa educar o seu Povo na esperança.
A esperança é uma certeza prática, uma força que ajuda a viver, a superar as crises e a enfrentar os desafios. Essa doutrina da esperança se encontra no Vaticano II, particularmente na Constituição Gaudium et spes.
O Deus da promessa cria o Povo da esperança. A promessa aos Pais na Fé, os Patriarcas. O Povo nasce com essa promessa. E viver dessa promessa é sua razão de ser. Tudo o mais na Aliança visa manter esse elemento central.
Jesus Cristo é mestre e modelo da Esperança. Jesus anuncia a chegada da “plenitude dos tempos” e se apresenta como o realizador das promessas feitas a Israel (Mc 1, 15).
Em Jesus Cristo, a Esperança se torna plena. Tudo esperamos só de Deus, do Deus Amor , que nos conduz pelos caminhos do amor: “Nada nos poderá separar do Amor que Deus nos manifestou em Cristo” (Rm 8, 39). O Espírito de amor nos dá a certeza de amar e de sermos amados ( Rm 5, 5; Gl 4, 4-7; 2 Cor 12, 9-10). O objeto da Esperança vem a ser a vitória completa do Amor sobre três inimigos, aliados entre si: o pecado, a injustiça e a morte.
A esperança evangélica é a confiança filial, em nós difundida pelo Dom do Espírito santo, confirmando-nos na certeza da promessa que Deus nos fez em Cristo, de nos fazer participantes de sua Glória; e, para tanto, nos dando a coragem de sofrer, trabalhar e lutar, na busca da realização da promessa divina. A Esperança é o dom da felicidade divina, garantida pela Palavra-promessa. A esperança traz sempre uma constante purificação para ação.
A esperança em Deus é a certeza confiante de que a sua graça agirá em nós e por nós.
Prof. José Pereira da Silva