Neste ano de 2021, nosso seminário diocesano Santo Antônio celebrou, pela primeira vez, a Semana Santa em nossa própria comunidade formativa. Antes, cada seminarista participava da Semana Maior em sua respectiva paróquia de estágio pastoral. Contudo, por decorrência da pandemia, ficaram impossibilitados de irem às paróquias, mas, não menos importante, celebraram juntos na belíssima capela e no espaço do seminário. Esta nova experiência foi marcante e profunda para todos, conforme testemunharam e que brevemente relato abaixo.
Tudo começou com as reuniões em que a comissão de liturgia, constituída por formandos e reitores, organizou cada dia da Semana Santa com zelo e empenho. Foram divididas as funções e tarefas, valendo-se dos talentos que cada seminarista dispõe. Em nossa comunidade, existem seminaristas que muito bem fazem as ornamentações, outros que organizam os espaços, outros que cuidam da liturgia, outros que preparam as músicas próprias de cada tempo litúrgico, outros que fotografam, filmam e gerenciam as redes sociais, enfim, são talentos que, como membros salutares de um corpo, desempenham suas funções específicas e dão movimento e vivacidade ao mesmo corpo. O reitor da etapa filosófica, padre Marcelo Henrique, reflete que “esta é uma ocasião muito favorável e fecunda para se observar o progresso na caminhada de cada formando”. Assim, antes de tudo bem acontecer em ato, é necessário um tempo de reflexão, preparação, organização e ensaios.
Durante toda a Semana Santa, numa breve descrição, tivemos as celebrações eucarísticas com os ritos próprios deste tempo forte da nossa fé, além das procissões; tivemos as celebrações das Dores de Maria, do Sermão das Sete Palavras de Jesus, do encontro entre Nosso Senhor dos Passos e a Senhora das Dores, do Ofício de Trevas, momentos preparados e conduzidos pelos próprios seminaristas. É oportuno destacar que a pessoa de Jesus Cristo foi escolhida como eixo central das reflexões deste ano, cujo lema foi: “Quem dizem os homens que Eu sou?” (Mc 8,27). Na Quinta-feira Santa, durante o Sacro Tríduo Pascal, os reitores lavaram os pés dos formandos de suas respectivas etapas. Após a Missa da Ceia do Senhor, os seminaristas e os reitores, contritos, permaneceram em vigília até a celebração da Paixão de nosso Senhor, na tarde do dia seguinte. Na Sexta-feira Santa, tivemos a celebração da Paixão do Senhor e, no período da noite, o Ofício de Trevas e a procissão do Senhor morto. No Sábado Santo, na celebração da Solene Vigília Pascal, a mãe das vigílias, uma belíssima celebração em que, com grande júbilo, toda a comunidade celebrou Cristo ressuscitado e vivo entre nós.
Por fim, mesmo não indo nas paróquias de pastoral e estando fisicamente distantes do povo de Deus, triste distância que a pandemia nos trouxe e presença que tanta falta nos faz, procuramos testemunhar a alegria da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. No Domingo de Páscoa, ao término da Santa Missa, o cansaço físico representava o resultado positivo de muita disposição e dedicação ao longo de uma semana, sendo o descanso de muitos e a oração por todo o povo de Deus, especialmente pelos que sofrem com esta realidade pandêmica. Conversando com o reitor da etapa teológica, padre Gustavo Sampaio, celebrar a Semana Santa no seminário foi “uma experiência de um verdadeiro retiro espiritual, vivenciado com muita intensidade e disposição pela nossa comunidade formativa. Um momento singular para o meu ministério”, concluiu.
Os registros fotográficos estão disponíveis nas redes sociais do Seminário Diocesano Santo Antônio, no Facebook e no Instagram. Convido aos irmãos para que vejam e sintam a beleza e a profundidade de cada momento celebrado e registrado. Em nome do Seminário Diocesano Santo Antônio, desejo que a experiência e a alegria da Páscoa se façam presentes em nossas vidas, para que vivamos e testemunhemos o Senhor ressuscitado. Não são tempos fáceis, sabemos concretamente, mas não percamos a esperança, busquemos iluminar a nossa vida na luz de Cristo e nutrir nossa fé naquele que venceu a morte e nos deu vida nova!
Por Erik Cunha