3ª Catequese em preparação ao início do Ministério Pastoral de Dom Wilson Luis Angotti como 7º Bispo da Diocese de Taubaté

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – MISSAS NOS DIAS 30 E 31 DE MAIO DE 2015

Saudações amados irmãos e irmãs.

Hoje teremos nossa terceira catequese sobre a missão do Bispo na Igreja Católica. Já vimos os Bispos como Sucessores dos Apóstolos e sua missão de santificar o rebanho confiado a ele. Hoje o assunto a ser tratado será sobre o ministério do Governo.

Em nome de Cristo, o Bispo exerce, pessoalmente, o poder de governar. Trata-se de um poder “próprio, ordinário e imediato” com o objetivo de edificar na verdade e na santidade o povo que lhe foi confiado. O Bispo tem o sagrado direito e o grave dever perante Deus de legislar para o seus fiéis, de julgar e de ordenar tudo o que refere à organização do culto e do apostolado. Ao Bispo é confiado plenamente o múnus pastoral, ou seja, o cuidado habitual e cotidiano dos católicos de sua Diocese. Seu poder não é diminuído pelo poder universal do Papa que preside à Igreja na caridade em função da unidade.
Mas se usamos até aqui o termo “Governo”, uma outra categoria que pode soar melhor aos ouvidos e coração se trata do “Apascentar”. O Bispo deve seguir o exemplo do Bom Pastor que veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida pelas suas ovelhas (Mt 20,28). Ele deve prestar contas a Deus do rebanho que lhe foi confiado (Hb 13,17) e deve cuidar também das ovelhas que ainda não pertencem ao seu rebanho. A exemplo do Apóstolo Paulo, o Bispo é servidor de todos e deve estar pronto para evangelizar a todos (Rm 1,14s) e exortar os fiéis à ação apostólica e missionária. Por sua vez, os fiéis devem estar unidos a seu Bispo como a Igreja a Jesus Cristo e Cristo ao Pai (2Cor 4,15).

O Bispo tudo julgue, tudo realize, tudo suporte à luz da fé, e interprete os sinais dos tempos (Mt 16,4) para descobrir o que o Espírito Santo transmite às Igrejas em ordem à salvação eterna (Ap 2,7). Será capaz de realizar tal missão se alimentar a razão e o coração “com as palavras da fé e da boa doutrina” (1Tm 4,6). “Como pastor prudente, o Bispo se mostre pronto a assumir suas próprias responsabilidades e a favorecer o diálogo com todos os fiéis, fazendo valer as atribuições que são próprias dele, mas também respeitando os direitos dos outros na Igreja. A prudência lhe fará conservar as legítimas tradições de sua Diocese, mas ao mesmo tempo fará do Bispo o promotor de um louvável progresso e zeloso investigador de iniciativas novas, sempre na salvaguarda da necessária unidade. De modo que a comunidade diocesana caminhará pela via de uma saudável continuidade e de uma necessária devida adaptação às novas e legítimas exigências” .

Por fim, valemo-nos de uma série de exortações do Papa Francisco aos Bispos no exercício da “arte do governo”: “Os Bispos devem ser Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham “psicologia de príncipes”. Homens capazes de vigiar sobre o rebanho que lhes foi confiado e cuidando de tudo aquilo que o mantém unido: vigiar sobre o seu povo, atento a eventuais perigos que o ameacem, mas sobretudo para fazer crescer a esperança: que haja sol e luz nos corações. Homens capazes de sustentar com amor e paciência os passos de Deus em seu povo. E o lugar do Bispo para estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se atrase mas também, e fundamentalmente, porque o próprio rebanho tem o seu faro para encontrar novos caminhos” .

Celebrando hoje a solenidade da Santíssima Trindade, queremos render graças a Deus pelo ministério pastoral dos Bispos na Igreja. São eles os principais responsáveis pela condução do rebanho em vista da sua unidade, na convivência harmônica entre as saudáveis diferenças que enriquecem a missão da Igreja em continuar a presença do Senhor que nos prometeu permanecer conosco “todos os dias até ao fim do mundo” (Mt, 28, 20).

Comissão promotora de Eventos pró-transição Episcopal

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