Dia da Mulher, dia de festa, de alegria, de comemorações, mas, em especial oportunidade para muita reflexão e tomada (ou retomada) de posição sobre seu papel e sua valorização na sociedade como um todo, enquanto ser humano criado em comunhão e à imagem do Deus AMOR.
Louvado seja o dom da feminilidade, da maternidade e pelas mulheres, que tem sido baluartes na missão doméstica, na Igreja e na sociedade, assumindo com esforço, garra e coragem situações específicas no cotidiano, incluindo inúmeras vezes a luta gigantesca pela própria sobrevivência e, ainda daqueles que estão ou que foram deixados sob sua guarda.
Historicamente diante de um mundo culturalmente patriarcal, da realidade sócio-econômica excludente e com o advento da agenda neoliberal, hegemônica em escala mundial, o dia 08 de março vem sendo comemorado como a marca da força feminina, que vem se organizando, ocupando os espaços, reivindicando e resgatando sua inserção social e política na sociedade, fazendo assim valer os seus direitos.
O Dia Internacional da Mulher foi criado a partir do incêndio ocorrido em 25 de março de 1911, em uma fábrica têxtil de Nova York, quando aproximadamente 130 operárias morreram carbonizadas. Contudo, movimentos sociais desde 1908, já vinham promovendo datas internacionais de debate sobre os direitos das mulheres, sendo que só em 1945 que a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional afirmando os princípios de igualdade entre homens e mulheres. A partir de então, nos anos de 1960, o movimento feminista ganhou corpo. Em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 é que o “8 de março” foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas para homenagear as lutas feministas por igualdade, justiça e respeito.
Portanto, a data é de comemorações sim por tudo o que a mulher já conquistou com sua luta: direito ao voto, a Lei Maria da Penha, o acesso as universidades e muitos outros. Mas basta olharmos a nosso redor para nos depararmos com a mãe única mantenedora da família, com a dupla jornada de trabalho fora e dentro do lar, as disparidades entre os salários dos homens e das mulheres e também com a dolorosa realidade de que a cada cinco minutos uma mulher continua a ser alvo de violência.
Diante disso, vamos comemorar sim, mas também refletir e agir para em comunhão cumprir o que Jesus nos diz: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundancia” (Jo 10, 10).
Antônia Helena Couto Silva
Coordenadora do COPS