Visita marcante de jovens italianos

Santa Teresinha

Tivemos uma surpresa muito gratificante em nossa paróquia (N. Sra. do Rosário – Taubaté), quando num sábado, o Paulinho, que faz parte do pessoal do Museu da Mitra (D. Epaminondas), veio até a casa paroquial chamar-me, a mim ou ao pároco (Monsenhor Eugênio) para ir até o Museu pois havia lá um grupo de jovens italianos, que, ao final da visita gostaria de visitar também o Santuário de Santa Teresinha. Naquele exato momento, Monsenhor não estava e eu fui. Chegando ao Museu encontrei a Curadora, professora Olga explicando a origem, as características e os detalhes daquelas tantas peças sacras do acervo, que tanto nos orgulham. A tradução era feita por Padre Victor Hugo Porto. Senhor Bispo, que fala muito bem italiano, também guiava o grupo de jovens pelos meandros daquela instituição. Os jovens, afeitos à museus e sítios arqueológicos, mostravam-se muito interessados.

Eu, chegando e vendo aquilo cheguei mesmo a expressar minha admiração ao ver aquelas dezenas de rapazes e moças, tão jovens e tão cheios de vida, interessados em toda aquela “velharia”. Claro que sei do valor histórico e cultural das peças e imagens, mas isto é um pouco raro no meio de nossa juventude por aqui.

Pois bem. Padre Victor Hugo, que reside em Pinda, junto à paróquia de Nossa Senhora da Assunção, foi um dos responsáveis (mais padre Luis Paulo) pela organização da ida dos jovens pindenses ao Rio por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Pinda acabou por receber, entre tantos outros, esses jovens italianos que vieram, por certo, participar da Jornada no Rio, mas conhecem o papa pois vivem em Roma (pelo que li nas costas das camisetas deles, eram da Paróquia de São Lourenço, Roma) mas eu senti que vieram, também ou principalmente, para se encontrar com seu querido dom Hugo. É assim que chamam os italianos os padres, de “dom”, coisa que aqui no Brasil nós reservamos somente para os senhores bispos. A gente via que aqueles jovens conheciam e amavam padre Victor Hugo. Também pudera, padre Victor Hugo viveu por mais de doze anos em Roma e, por certo, em contacto muito direto e estreito com aquela rapaziada. Acompanhavam-nos dois padres de lá, um checo e outro italiano mesmo, ambos da sua paróquia de origem e mais um casal: Estéfano e Ana, em cuja casa eu mesmo tive oportunidade de visitar e comer uma bela massa de quando de minha ida à Roma para celebrar meu jubileu de prata sacerdotal e padre Victor Hugo foi meu generoso e abençoado anfitrião. Este casal, em Roma, lidera na área em que vivem em Roma, o movimento “Comunhão e Libertação”, ou mais comumente conhecido como “O Caminho”, ainda não tanto conhecido em nossa diocese, pelo menos tanto quanto eu saiba. Terminada a visita às obras de arte do museu, a Diocese lhes ofereceu um almoço (não tinha feijão e arroz, mas tudo mais na linha européia de degustação) e então eles foram para o santuário. Nesse ponto, Monsenhor Eugênio já os estava esperando, e celebraram uma belíssima missa em italiano, com leituras e cânticos naquela língua, aos pés da imagem de nossa querida “santinha das rosas”.

Eu fiquei muito impressionado com aqueles, cerca de cinquenta, rapazes e moças, bonitos e cheios de vida, em suas bermudas e camisetas, muitas com o logo da Jornada, e enrolados nas bandeiras do Brasil e da Itália, alegres e cheios de vida, mas de uma fé e de uma capacidade de concentração que me encantaram.

Parecia que eles estavam mesmo contagiados pelo “clima” da jornada, pelo charme do papa, pelas graças daquele tempo de graça. Padre Victor Hugo com liderança serena lhes inspirava confiança e lhes dava um senso de ordem.

É difícil guiar por terras estranhas, tantos jovens de longe, com língua e mentalidade tão diferentes da nossa.

Mas padre Victor Hugo lhes conhecia não só os costumes mas a alma.

Foi tudo muito lindo e o clima da jornada que havia começado com a vinda da Cruz Peregrina e do ícone de Nossa Senhora, na semana do Bota Fé, terminava então, de maneira concreta com aqueles jovens italianos fazendo de nosso santuário parte integrante da Jornada, vindo nos trazer esta eiva de juventude e esta seiva de fé. Queria que nossos jovens, do Just, do Jac, do São Marcos, nossos coroinhas e catequisandos pudessem ter se encontrado com grupo tão bonito e tão contrito da querida Itália, da diocese do papa, de nossa mãe Roma! Mas eles deixaram seu rastro de perfume o qual vamos procurar seguir sempre nos rejuvenescendo e fortalecendo nossos jovens a continuarem a missão que o papa veio lhes confiar…

No âmbito maior, agradecemos ao papa Francisco por tudo que fez na Jornada e no sentido mais estrito de nossa paróquia, quero agradecer ao querido irmão Padre Victor Hugo este presente que ele nos deu. Que Deus o recompense fazendo-o muito feliz e realizando maravilhas ainda por muito tempo no meio de nós.

Padre Fred

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