Soluções “criativas”

Os gastos públicos do governo federal superam a meta fiscal. Solução do governo: “contabilidade criativa” (eufemismo para legalização de maquiagem contábil) deformando a LDO, lei implementada justamente para colocar limites as gastanças irresponsáveis do governo e dar transparência às contas públicas.

Altos salários pagos aos servidores públicos, desvio de dinheiro dos cofres públicos, e superfaturamento oneram o orçamento do governo e provocam rombos nas contas públicas que fecharam no vermelho em 2014. Solução política: aumentar impostos, criar novos e ressuscitar uns que foram instintos. Entre as novidades fiscais para 2015 estão a criação de novos impostos sobre produtos importados e cosméticos, volta da Cide (taxa cobrada no consumo de combustíveis) e retorno da famigerada CPMF (por enquanto deixada de lado). Claro que essas taxas serão embutidas nos preços de todos os produtos consumidos. Queira você ou não, tenha carro ou não, possua conta em banco ou não, você estará pagando esses impostos.

Outra solução pensada pelos “homens de preto” do governo: reduzir as despesas pagas com encargos sociais, como o seguro desemprego. Isso apesar de se garantir, durante a campanha eleitoral, que não se mexeria nos direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”. Parece que a vaca tossiu e o governo quer fazer o que disse que não faria e aterrorizou os assalariados dizendo que a oposição faria exatamente isso.

Na mente dos nossos políticos poderiam passar ideias tais como: redução dos seus salários; rigor na aplicação da lei de responsabilidade fiscal e, por fim, restituição de tudo o que foi gasto além da meta ou foi desviado ou mesmo roubado dos cofres públicos.

Acho que essas medidas representariam uma economia e tanto para se alcançar o tal de superávit primário, equilibrando as contas e desonerando a já cambaleada economia do povo brasileiro. E quando falo de povo aqui, refiro-me a gente comum, ao trabalhador, o aposentado, enfim você. Não estou falando daquela entidade abstrata conhecida dos políticos a que eles chamam de povo. Mas não, eles preferem aumentar a carga de impostos sobre o povo e garantir assim, seus privilégios.

Pe. Silvio Dias
pesilvio@hotmail.com

FONTE: Jornal O Lábaro – edição de fevereiro de 2015

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