Retiro anual dos seminarista no Seminário Diocesano Santo Antônio acontece em Campos do Jordão

No início de fevereiro, em Campos do Jordão, foi realizado o retiro anual dos seminarista no Seminário Diocesano Santo Antônio. O retiro – tempo favorável de silêncio, de intensa oração, de provocações oportunas, de olhar para a caminhada e de bem preparar-se para o ano formativo que se inicia – foi conduzido pelo padre Jean Poul Hansen, da Diocese da Campanha, cujo tema proposto foi: “Em busca do rosto humano de Jesus.” Orientados a deixar o Espírito falar e permitir-se ouvir o que Ele diz, os seminaristas fizeram um belo percurso no conhecimento de Jesus Cristo, com momentos de reflexão e de deserto, além da oração da Liturgia das Horas, da Santa Eucaristia e de outros momentos orantes.

Conforme foi possível refletir com o padre Jean, os primeiros discípulos viveram a pior crise do cristianismo, pois o Mestre foi perseguido, difamado, preso, condenado, açoitado e morto. Tudo, porém, foi iluminado pela ressurreição, o fato fundamental do cristianismo, que permitiu perceber que Jesus não era um herege e um malfeitor, mas o justo por excelência. Nesse sentido, os discípulos absorveram a memória de Jesus e adquiriram grande convicção para anunciá-lo aos povos, missão confiada à Igreja nos dias atuais.

Sobre o rosto humano de Jesus, podemos destacar alguns traços que foram aprofundados no retiro: Jesus era hebreu, cresceu e viveu no meio do povo, assumindo nossa humanidade, se fazendo pobre e auxiliando os mais desfavorecidos; era homem de convicções, pois anunciava o Reino com grande convicção; era homem de compaixão, comovendo-se e participando dos sofrimentos dos homens, como quando chorou diante do túmulo de Lázaro; era homem capaz de grande afeto, possuindo amigos como os doze, Maria, Marta e Lázaro; tornou-se mestre porque soube ser discípulo, se permitindo aprender; e por fim, era homem coerente, isto é, sua vida e seu testemunho atestam seus ensinamentos e suas palavras.

Ao longo do retiro, foi possível perceber que somente conhecendo Jesus pode-se contemplar o rosto humano de Deus, afinal, Ele é o rosto visível do Deus invisível (cf. Cl 1,15). Como discípulos do Mestre Jesus, chamados e capacitados por Ele, somos convidados a nos configurarmos cada vez mais a Cristo, assumindo diariamente o nosso chamado. Academicamente falando, o tema é muito caro para os que já estudaram sobre a humanidade de Jesus, pois como bem nos ensina o Documento de Aparecida, não se começa a ser cristão por uma grande ideia, mas através do encontro pessoal com Jesus Cristo (cf. DA 243), verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Por fim, o retiro foi muito bem conduzido pelo padre Jean Poul, que compartilhando do seu conhecimento e das suas experiências ganhou a estima de todos os seminaristas. Que os ensinamentos e o exemplo de Jesus nos inspirem cada vez mais em nossa caminhada de discípulos-missionários, para que possam viver a fraternidade evangélica e anunciar com disposição o Evangelho.

Erik Cunha.

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