O uso de “Refrões Meditativos” na Celebração

Estimados agentes litúrgicos, queremos ampliar nosso conhecimento em relação à arte de celebrar no cotidiano de nossas comunidades. A reflexão e a concretização dos princípios litúrgicos suscitados pela Sacrosanctum Concilium têm dado passos concretos em nossa realidade brasileira, não obstante a muitos desafios que acompanham esta caminhada.

Há algum tempo nossas comunidades vem descobrindo o valor e a riqueza espiritual que encontramos nos “refrões meditativos”.

Mas o que seriam estes “refrões meditativos”?

Como o próprio nome faz referência, trata-se de um refrão, que deve ser repetido e que ao repeti-lo torna-se oração e por isso meditativo. É algo que entoamos e que deve levar- a uma interiorização e que fica marcado no nosso coração.

Podemos utilizá-lo no início de nossas celebrações para criar um clima orante. Ao executá-lo, todos, agentes litúrgicos que exercem suas funções e ministérios e povo celebrante poderiam alcançar um estado de espírito que auxilie ao longo da celebração a mergulhar mais e melhor no Mistério Pascal.

Em nossa diocese de Taubaté, quem acompanhou a Novena preparatória para a grande celebração de nosso Centenário, pode perceber que o utilizamos o refrão antes da Liturgia da Palavra. Aqui vale algumas orientações:Ao executar o refrão meditativo, temos que tomar muito cuidado com o volume dos instrumentos e do microfone. Repito: o refrão deve ser algo suave e não barulhento.

O refrão meditativo não é canto de aclamação. Lembro, são pequenos versículos que podem facilmente ser repetidos e não cantos longos. Então evitem-se cantos do tipo: Palavra de salvação somente o céu tem pra dar… O refrão deve ser entoado por toda assembléia e não somente pelo grupo de canto O refrão, no caso de nossa diocese, que utilizamos antes da liturgia da Palavra, deve ser entoado assim que a assembléia estiver acomodada para acolher a palavra e não rapidamente logo que o presidente da celebração conclui a oração do dia e nem conseguiu sentar-se ainda em sua cadeira presidencial. É preciso ter calma, tranqüilidade. Atitude importante é também daquele que vai proclamar o texto bíblico. Ele deve dirigir-se à mesa da Palavra após a entoação do refrão e não antes ou durante a execução. O leitor (a) também necessita acolher no seu coração este momento. A pressa em dirigir-se à mesa da Palavra pode expressar uma ausência de espiritualidade ou de pouca interiorização. “No dizer de João Crisóstomo, um pai da Igreja do 4º século, sem a oração pessoal a oração comunitária seria como colocar incenso em carvão apagado. Por isso, […], às vezes, com ajuda de um refrão meditativo, as pessoas se recolhem no silêncio do próprio coração e se preparam para a oração comum.”

Neste artigo colocamos alguns apontamentos básicos. No próximo traremos alguns exemplos de refrões meditativos.

Um bom início de reflexão a todos!

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