Celebrando nosso advento

Continuando nossa reflexão litúrgica, conheceremos um pouco mais sobre o Tempo do Advento, que abre o ciclo do ano litúrgico.

Só para recordarmos, o ano litúrgico é constituído de dois grandes ciclos: do Natal e o Pascal. Dentro destes ciclos temos os tempos litúrgicos. No Ciclo do Natal: Advento, Natal e Primeira Parte do Tempo Comum. No Ciclo Pascal: Quaresma, Páscoa e a Segunda Parte do Tempo Comum. É importante compreendermos também que no desenvolvimento do ano litúrgico percorremos o ciclo dos Anos A,B,C. Com este advento adentramos ao Ciclo do Ano B, onde se dá ênfase aos textos escritos por Marcos.

Advento “Do Latim adventus. Antes de ser usada no cristianismo, significava duas coisas: 1) acreditava-se que a divindade vinha a seu templo uma vez por ano, num dia fixo, para visitar seus fiéis durante o culto e trazer-lhes salvação. Este dia era chamado adventus, “o dia da vinda”. Muitos templo só abriam suas portas naquele dia. 2) também a primeira visita oficial de uma pessoa importante para tomar posse e assumir o governo importante, era chamada de adventus.”

Advento: Preparação para a vinda do Salvador Durante quatro semanas nos preparamos para a vinda do Salvador, para o dia da visita de Deus. Abrimos as portas do Templo do nosso coração para que Jesus possa tomar posse e habitar em nós. Jesus veio para assumir o governo do Reino de Deus.

Personagens de Destaque no Advento Dentro da pedagogia da Liturgia da Palavra do tempo do Advento, temos alguns personagens que nos ajudam a preparar a vinda do Salvador. São eles: Isaias, João Batista, Maria.

Isaias vai denunciar as realidades injustas. Vai insistir no direito e na justiça, na defesa daqueles que eram excluídos da sociedade. Motiva o povo a não se envolver nas grandes brigas entre as potências da época, ou seja, a Síria e a Assíria.

João Batista é a voz que grita no deserto. Anuncia a vinda do Salvador e também prepara o caminho para que as pessoas possam acolher o Cordeiro de Deus. Mostra sobretudo a necessidade da conversão interna e externa.

Terceiro personagem, é Maria. Ela nos ajuda a entender o tempo do Advento como uma “gestação”. Vamos gerando em nós a expectativa para acolher o Salvador, o Filho de Deus, que assume a condição humana. “Como qualquer mulher que está esperando um filho, também nós, a Igreja-Comunidade, não vemos a hora de o filho nascer e se manifestar no mundo”

Vivendo a Espiritualidade do Tempo Ao vivermos o tempo do Advento, a Igreja recomenda que devemos adentrar a espiritualidade para melhor compreendermos o significado daquilo que celebramos. Para tal seguimos algumas orientações: os instrumentos musicais devem ser utilizados com moderação, bem como a ornamentação com flores do espaço celebrativo, no terceiro Domingo pode-se utilizar o cor-de-rosa, podemos fazer uso da coroa do advento com flores naturais (e não de plástico), até o dia 16 de dezembro não são permitidas missas para diversas circunstâncias, votivas ou cotidianas pelos defuntos, a não ser que a utilidade pastoral o exija. As missas das memórias dos Santos podem ser celebradas. Valorizar a Campanha de Evangelização, utilizar respostas para as preces que expressem o desejo e a expectativa: “Vem, Senhor Jesus”. Utilizar a cor violácea.

A coroa do Advento Já faz parte do contexto celebrativo do Advento, a “Coroa do Advento”, que convida-nos a permanecer acordados, com nossas lâmpadas acesas, numa atitude crescente de vigilância, espera ativa e abertura ao Senhor que sempre vem. A cada Domingo, acende-se uma vela, retomando-se o costume judaico de celebrar a chegada da luz abrangendo toda a humanidade espalhada pelos quatro pontos cardeais.

Como surgiu a Coroa do Advento? “O país de origem da coroa do Advento é a Alemanha, mais exatamente as regiões evangélicas no norte do país. Aí surgiu no fim do século passado o costume de tecer uma coroa de ramos de abeto (uma espécie de pinheiro). No inverno, quando nos países frios todas as árvores perdem as suas folhas, somente os pinheiros guardam as suas agulhas verdes e são, assim, um sinal de que, na natureza, não morreu toda a vida. Aliás, o mesmo simbolismo do verde, de ser sinal de vida, estava na origem da árvore de natal. A luz da vela fala forte nos países nórdicos, onde no inverno as noites são muito mais longas do que os dias e onde, durante o dia nesta época do ano, o sol se levanta somente um pouco, e se ele não ficar totalmente escondido pelas nuvens. Nas longas noites e às vezes até durante o dia todo, lâmpadas e velas são imprescindíveis e muito apreciadas. Mesmo nas regiões do mundo que são mais abençoadas com a luz do sol, uma vela e sua luz tem um grande valor simbólico. Também a cor vermelha, em quase todas as partes do mundo, tem o significado do amor.”

Concluindo Ao celebrarmos o Advento, lembremo-nos que vivemos uma grande expectativa, seja ela de memória pela primeira e humilde vinda do Senhor em nossa carne mortal, seja de súplica em vista da última e gloriosa vinda de Cristo. Que ao experimentarmos este tempo, desejemos cada vez mais fazer das celebrações um reflexo daquilo que celebraremos na eternidade.

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