Vocação Leiga Juvenil: novo frescor para a Igreja

Por André Somensari
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“A Igreja só será jovem quando o jovem for Igreja!”. “A melhor forma de evangelizar um jovem é com outro jovem!” Com essas sábias palavras de São João Paulo II e Papa Francisco, respectivamente, O Lábaro apresenta neste mês de agosto, mês das vocações, a importância da vocação leiga juvenil na igreja.

Entre tanto jovens atuantes de nossa Diocese, apresentamos o Adriano Vinícius, de 16 anos, catequista e coroinha da Paróquia São José, de Tremembé-SP, atuante na Igreja desde os 13 anos de idade. Vem de uma família com base Católica muito forte. Seus pais, Adriano e Ana Paula, são coordenadores dos Coroinhas na Paróquia, e seu irmão, Daniel, também é Coroinha. Nós conversamos com o Vinícius e os seus pais, que relataram a importância da vocação leiga juvenil na Igreja.

O LÁBARO: Adriano, quando despertou em você a vontade de servir à Igreja?
Adriano Vinícius – Despertou em mim a vontade de servir á Igreja no dia da investidura de Coroinha de meu irmão mais novo, Daniel. Achei a cerimônia muito bonita e ali senti o chamado de Deus para também ser Coroinha. Comuniquei aos meus pais que também tinha o interesse de ser Coroinha e já estou a 3 anos servindo na Igreja, agora também como Catequista.

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O LÁBARO – Você já tem 3 anos de caminhada na Igreja, quando surgiu o chamado para ampliar sua missão, sendo também Catequista?
Adriano Vinícius – Eu já me interessava pela Catequese antes. E sempre tive catequistas muito bons! Isso me ajudou bastante! E pela minha idade, em breve terei de sair do Coroinha. Então o meu chamado para servir como catequista vem também da necessidade de estar na Igreja, me sinto bem na Igreja, é uma forma de me manter conectado nela.

O LÁBARO – Você pela sua experiência no Coroinha, hoje colabora na Missa também como Cerimoniário/Acólito, auxiliando os coroinhas mais novos. Quais são suas atividades durante a Missa?
Adriano Vinícius – O meu papel e de outros coroinhas mais experientes, é durante a Missa estar sempre atendo às necessidades do celebrante, buscando água, toalha. Mas o nosso foco principal é o trabalho com o Missal, que é o livro utilizado pelo sacerdote para celebrar a Missa.

O LÁBARO – Na sua Paróquia tem bastante jovens? Eles também são atuantes?
Adriano Vinícius – Tem bastante jovens, mas a maioria deles somente frequentam a Missa, não exercem nenhum trabalho pastoral. Mas dos jovens que exercem algum tipo de trabalho pastoral na Paróquia eles são bem atuantes e já estão há um bom tempo na caminhada. Todos já foram Coroinhas e hoje estão em outras pastorais, alguns já foram na Jornada Mundial da Juventude, enfim, realizam um trabalho muito bonito na Igreja.

O LÁBARO – Essa pergunta é para vocês pais: Qual o reflexo do trabalho do Vinícius na Igreja? Os leigos adultos e os padres falam sobre a importância do trabalho dele na Igreja?
Adriano Vinícius – Para nós pais tem bastante “feedback”(retorno) das pessoas para com o trabalho do Adriano Vinícius. Os padres Alan e Marcelo falam muito bem dele, por conta dele ser muito tranquilo , sereno e educado. Vira exemplo para os outros jovens. Eles agradecem a participação dele na missa, interage muito bem com os adultos, todos elogiam sua postura. Os pais que tem filhos que querem ser coroinhas que seus filhos sirvam junto com o Adriano, isso é reflexo da maturidade dele, de sua responsabilidade, compromisso e amor pelo que faz.

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O LÁBARO – Adriano, como é ser Catequista? Como é estar evangelizando outros jovens?
Adriano Vinícius – Na Catequese nós nos esforçamos para fazer o melhor possível para evangelizar os jovens, sempre nos reunimos semanalmente para bolarmos atividades, teatro, dinâmicas diferentes para chamar a atenção dos jovens, pois sabemos que tem que ter algo atrativo, diferente, para trazer eles pro encontro, pois é bem desafiador durante 1 hora de encontro fazer eles prestarem atenção e não esquecer o conteúdo. Tem que ser algo bem preparado.

O LÁBARO – Adriano, qual sua opinião sobre a participação dos jovens servindo na Igreja? É mais fácil evangelizar um jovem quando outro jovem está evangelizando?
Adriano Vinícius – É bem mais fácil o diálogo, pois são idéias iguais. Porque estamos passando um momento de que só se vive uma vez. Quando entramos em contato com outro jovem, estamos passando pela mesma fase, mesmo momento. Então acaba que a nossa convivência fica mais fácil, pois temos a mesma idade, mesmo jeito de falar, mesmos assuntos, está tudo bem próximo, acredito que pela idade a proximidade é bem grande, facilita muito a conversa, a evangelização de jovem para jovem é mais eficaz do que de um adulto para um jovem.

O LÁBARO – Crianças e jovens da Paróquia que te viram atuando na Igreja já te procuraram querendo saber mais informações sobre ser Coroinha e Catequista?
Adriano Vinícius – Sim, já teve algumas vezes. Alguns jovens já vieram falar comigo depois da Missa querendo saber mais sobre ser Coroinha, pois acharam bonito o meu trabalho. Sobre ser Catequista ainda não, pois dou catequese para jovens da faixa de 9 anos de idade e eles por serem muito novos ainda não despertaram para esse chamado. Mas vejo potencial em muitos deles, acredito que muitos dali serão catequistas.

O LÁBARO – O que sua missão na Igreja reforçou/fortaleceu sua fé?
Adriano Vinícius – Quando eu entrei no Coroinha mexeu muito comigo, pois passei a ter uma visão diferente da Missa, antes era só uma simples Missa, hoje é a cerimônia onde eu entro em contato direto com Deus. E hoje a Catequese só reforça toda minha vivência que tive no Coroinha. É um contato mais direto com Deus. Quando você participa diretamente é diferente, tem algo a mais, você sente muito a presença de Deus em todos os momentos.

O LÁBARO – Você acha que a vocação leiga jovem dá uma energia diferente, oxigena a Igreja?
Adriano Vinícius – Sim, ajuda muito a Igreja! O jovem tem uma energia 100% positiva! Ele está sempre correndo atrás, fazendo tudo que é necessário para ajudar, isso é muito importante! A participação do jovem é essencial na Igreja! A Igreja tem que incentivar mais, trabalhar mais com os jovens, por mais que sejam poucos, mas são muito atuantes.

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O LÁBARO – Você acha que estaria na Igreja se não tivesse essa base familiar Católica que teus pais te passaram?
Adriano Vinícius – Eu acho que não. Pois a base familiar é importante. Se a pessoa não tem base religiosa passada pelos pais fica difícil, pois se ela não tem esse conhecimento da Igreja em casa, é bem difícil ela seguir e conhecer fora de casa. A pessoa não tem motivação de conhecer. Se eu não tivesse essa base religiosa em casa certamente não estaria na Igreja.

O LÁBARO – Você se imagina nos próximos 5, 10 anos ainda atuando na Igreja?
Adriano Vinícius – Eu me vejo sim, vou querer sempre participar diretamente de uma pastoral, não sei qual, mas nunca quero deixar apagar essa chama missionária que Deus me deu.

O LÁBARO – Deixe seu recado para os jovens sobre a importância de servir à Deus e do que ele faz na sua vida.
Adriano Vinícius – Para todos os jovens a Igreja é muito importante, pois fortalece diretamente todo o nosso ser, toda nossa alma. É necessário que sempre busquemos à Deus e mantermos acesa nossa chama da fé, e estando sempre na igreja, atuando de alguma forma ajuda a fortalecer muito nossa fé. As vezes o jovem quer ajudar na Igreja e não tem incentivo nem na sua própria família e nem das próprias pessoas que atuam na Igreja, mas o jovem tem que ser perseverante, que o incentivo para caminhar parta dele mesmo, com sua fé e vontade de servir à Deus! E que o jovem incentivem os outros jovens à caminhada Cristã!

Fonte: Jornal O Lábaro – edição agosto/2016

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