Pe. Ronaldo, um padre com alma de artista

Mineiro de Além Paraíba, há 19 anos subiu a Serra da Mantiqueira rumo a São Bento do Sapucaí. Como o profeta Elias no Monte Horeb, ele não sabia exatamente o que o aguardava por lá, e, como o profeta, se encantou. Ali, naquele pedaço de chão, onde a natureza é sinônima de beleza e o povo transpira fé, Pe. Ronaldo José de Castro Neto, 52, Missionário de São José, construiu o seu ministério com gente e arte. Aos 27 anos de sacerdócio, ele compartilha de forma generosa retalhos de sua história, em que experiência de fé, promoção humana, arte e carnaval são peças de uma mesma obra.

O LÁBARO – Quando o senhor chegou à cidade de São Bento do Sapucaí e qual foi a sua impressão da cidade, da paróquia, das pessoas…?
Pe. Ronaldo – Eu cheguei em fevereiro de 1996, junto com o Pe. Antônio Robson Gonçalves, que seria o pároco e eu seria o seu vigário. A impressão que eu tive foi de um povo extremamente religioso, que tem um profundo carinho pela pessoa do sacerdote e grande amor à Igreja. Um povo muito lutador. Sempre me chamava à atenção, ao distribuir a eucaristia na hora da missa, quando pessoas estendiam as mãos para recebê-la e eu via nas mãos de mulheres e homens, de muitos jovens inclusive, calos. Era gente da roça, gente da lida. Aquilo foi para mim sinalizando o quanto que me exigiria como sacerdote. Para estar num lugar onde há um povo que luta com a vida, o sacerdote não pode ser indolente, uma pessoa que funcione com força menor. Então eu fui tentando entender um pouco da dinâmica da vida aqui. Acho que levei em média três anos nesse processo, tentando saber onde eu estava e o que eu poderia oferecer.

O LÁBARO – A partir de quando o senhor percebeu a necessidade de realizar um trabalho social na cidade e o que o inspirou a isso?
Pe. Ronaldo – A presidente do Centro Promocional Comunitário (CEPROCOM), ela procurou à écopa o pároco, Pe. Robson, dizendo que não poderia mais continuar com os trabalhos. Foi quando ela disse que se a Igreja não assumisse, possivelmente iria para as mãos da Igreja Presbiteriana, que estava chegando naquele ano aqui na cidade. Então, o padre me solicitou para acompanhar o CEPROCOM, e eu sem nunca ter trabalhado especificamente numa instituição, achei um desafio interessante, ainda que tenha contrariado o meu sonho que era fazer Antropologia. Estudaria em São Paulo e ajudaria na paróquia nos finais de semana. Mas acho que a antropologia vem sendo feito de outra maneira. Não acadêmica, mas tem sido muito vivencial, bem na prática. A partir daí, foi havendo um desdobramento, porque, indo para a zona rural, começou a me chamar à atenção crianças portadoras de deficiência, e eu nunca as via nas coroações. Sempre tantas outras crianças, mas nunca uma deficiente. Eu não via essas crianças em missas, no dia a dia da comunidade. Eram quase invisíveis no tecido social sambentista. Começamos a ver a necessidade de trazer essas crianças para uma educação mais formal, para que pudessem ser alfabetizadas. Daí, veio logo a fundação, em abril de 1997, do trabalho com os deficientes, depois também acolhemos adultos. A partir disso, foram nascendo os desdobramentos, outras necessidades foram se impondo. À medida que foram surgindo, nós fomos acolhendo e tentando encontrar pessoas simpatizantes, que abraçassem a causa e, aos poucos, foi tomando um vulto grande, que hoje envolve muita gente, muitos voluntários.

O LÁBARO – Que iniciativas foram mais marcantes?
Pe. Ronaldo – Acho que de tudo o que mais me marcou foi a acolhida dos deficientes. Até porque em São Bento ainda hoje há uma dificuldade grande com as distâncias. Há casamentos entre parentes, e um pouco dessa realidade, eu acho que ela foi visualizada com a acolhida dos portadores de deficiência nesse Centro Promocional Comunitário sob os cuidados da Igreja. Foi muito marcante também quando da morte do prefeito Geraldo de Souza Dias, a comunidade viveu um momento de muita tensão e isso criou um clima de muita insegurança. Aí a escola de samba foi outro momento muito importante, porque ela nasceu na hora da dor, e ajudou de novo a trazer a comunidade ao curso da vida.

O LÁBARO – Que dificuldades ou resistências houve para a concretização das obras sociais que o senhor empreendeu?
Pe. Ronaldo – De início, nada foi visto com bons olhos. Recordo-me de quando eu e o seminarista Adilson passávamos na rua com os especiais. Nós não tínhamos estrutura, não tínhamos espaço, ocupávamos algumas garagens das casas, que cediam para nós. Hoje eu olho com orgulho muito grande. O trabalho nasceu assim e foi criando uma rede de solidariedade bonita. Pessoas cediam fundo de quintal, garagem, etc. Então aquilo, ao mesmo tempo que eu admirava, me encantava e me comprometia, porque eu tinha de corresponder, juntamente com toda a equipe de trabalho. Mas isso não era o esperado de um sacerdote. O sacerdote, dele era esperado o serviço eminentemente religioso, sobretudo a assistência aos sacramentos. Então um sacerdote que estava enveredando pela àrea da promoção humana, tentando participar mais ativamente da vida da comunidade, tentando encontrar luzes diante daquilo que se mostrava até um tanto sombrio, era sempre visto com desconfiança, porque dele não era esperado isso, não era papel de um padre estar nesse meio. Daí, entendiam que eu seria candidato a prefeito, que eu estava intencionando enveredar pelo caminho da política… Eu me recordo de um político que me perguntou quais eram as minhas reais intenções. Respondi a ele: “Se o senhor, como político, souber das suas intenções como eu sei das minhas como sacerdote, a cidade terá um bom político e um bom padre”. Eu gosto desta resposta até hoje, porque ela, na realidade, me faz ainda hoje balizar a minha vida. Eu sou sacerdote, não quero vinculação política, partidária com nenhum seguimento. Eu quero a liberdade que o evangelho me dá, que a doutrina da Igreja me dá, que o Instituto me oferece, que o bispo confia, para continuar a fazer esse trabalho e nunca perder o vínculo com a missão da Igreja. Mas sempre fui visto com certa desconfiança. Um dessabor também muito intenso foi na época em que me fizeram a acusação de eu ter eleito um prefeito aqui. E o que era sofrível é que não eram os de fora, mas os de dentro da Igreja. Teve uma época em que alguns deixaram de contribuir com o dízimo e alguns outros faziam afrontas. Em relação ao Carnaval, oito anos atrás – não foi uma ação coletiva não, mas de um ou outro –, o que eles puderam me denegrir, me axincalhar, maltratar, humilhar, eles não me pouparam. Mas o trabalho vai se impondo e a gente acredita que ele continua tendo o dedo de Deus.

O LÁBARO – São Bento é uma paróquia geograficamente extensa, com muitas comunidades rurais, e isso certamente gera uma demanda administrativo-pastoral um tanto exigente. Como o senhor faz para conciliar trabalho pastoral e trabalho social?
Pe. Ronaldo – O custo é muito alto. Eu tento ter sempre presente o que o Pe. Libânio [Cicuto] (fundador do Instituto Missionário São José), afirmou. Eu sempre me emociono quando me lembro de sua afirmação: “Deus, quando Ele quer, Ele exige muito, e às vezes exige tudo”. Então eu fico pensando quando também foi exigido tudo de Abraão. Ele tinha de dar o seu filho único. Às vezes, o trabalho em São Bento, ainda que seja uma paróquia de interior, onde aparentemente não se tem muito horizonte ou não se deveria ter muitas outras preocupações, a não ser de uma assistência religiosa, sacramental, eu sinto que vai sendo exigido esse tudo. E esse tudo, em muitos momentos, pesa. Eu sinto o peso disso na minha saúde, para conciliar a administração da paróquia com os trabalhos sociais, às vezes a não empatia de colegas com os quais já trabalhei, como se esse trabalho fosse meu e não um imperativo do evangelho. Pesa também pela insistência de alguns seguimentos da Igreja investirem numa espiritualização vazia, que não contempla a pessoa na sua realidade concreta. Há muita reza e pouca luta. Essa conciliação nunca foi fácil e continua não sendo. Penso que tem de ter um renúncia pessoal e diária. Mas estamos na luta.

O LÁBARO – O senhor é um artista plástico. Quando e como a arte entrou na sua vida?
Pe. Ronaldo – A arte entrou na minha vida ainda na infância, com algumas expressões: recebi influência de minha mãe, que fazia trabalhos artesanais, e de meu pai, que era um artesão da terra. Por eu ter nascido numa comunidade de gente muito lutadora, operária – nada foi fácil na vida – então a vida sempre trouxe o imperativo para ser reiventada, com muita luta para conseguir aquilo que se quisesse conseguir. Depois, no seminário, aprendi a pintar um quadro com um seminarista, o Nelson Louzano, e a parti dalí eu me encantei e vi que podia desenvolver aquilo que já na infância havia recebido algumas sementes. Quando eu vim para São Bento, em 1996, eu fui, então, fazer aulas de desenho, de pintura, depois eu fiz cursos na área de mosaico, modelagem em barro, vitral tradicional e tífon. Eu fui aprendendo com alguns mestres dessa área.

O LÁBARO – O senhor tem realizado também um projeto de arteterapia em São Bento. Fale um pouco sobre isso.
Pe. Ronaldo – Eu não quis fazer uma carreira como artista plástico, de expor e viver de venda de trabalhos. Eu quis dá uma destinação coletiva para o meu aprendizado, para aqueles dons que Deus estava me concedendo. Aí foi quando eu descobri a arteterapia como ciência, e através dos estudos, montei um atelier arteterapêutico, que é onde eu cuido de pessoas com transtornos mentais, como depressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade, etc. Mantenho no atelier Fiat Lux, que é o atelier artístico, a venda dos meus trabalhos para ajudar a manter o outro, o terapêutico, onde os que frequentam não têm nenhuma obrigação com taxas ou pagamentos. É um trabalho da Igreja para a comunidade. Nós estamos com inteção de levar esse trabalho para o bairro do Paiol, onde está sendo construído, há alguns anos, de maneira mais organizada e pensada, aquilo que nasceu no fundo de quintal da casa paroquial. A experiência deu certo e esperamos em algum momento levar para lá, onde poderemos receber com melhores condições, melhores acomodações e com equipe multidiciplinar, que poderá tratar daqueles que ali acorrerão buscando um alento para a vida, uma ressignificação do seu próprio mistério de vida.

O LÁBARO – Nos últimos anos a cidade de São Bento do Sapucaí tem ganhado notoriedade por conta do carnaval, sobretudo pelo desfile de escola de samba idealizado e organizado pelo senhor. Como surgiu essa ideia? Qual a sua relação com o Carnaval e qual o significado desse evento em meio a tudo o que o senhor realiza?
Pe. Ronaldo – O carnaval nasceu aqui com a Escola Mocidade Independente quando houve a morte do ex-prefeito Geraldo de Souza Dias, que abalou a cidade. A comunidade ficou muito passional, e até muito irracional, digamos assim. O carnaval veio como intuição naquele momento. Era preciso pensar numa saída, e pensamos no carnaval, que promove um ambiente em que vai o que crê, o que não crê, o visitante, o da cidade, e traz uma leveza. Então nós vimos que podíamos ocupar aquele espaço e dar uma mensagem de esperança e de alegria, num ambiente de caos. Porque em algum momento instaurou-se aqui um caos mesmo. A vida ficou bem desordenada, e o carnaval ajudou a acelerar a recomposição da comunidade, para que tomasse de novo o seu curso de vida. Sempre gostei de carnaval. A minha cidade fica em Minas, na divisa com o estado do Rio de Janeiro. Então o carnaval sempre fez parte da nossa cultura local. Sempre estivemos nesse meio, eu e meus familiares. Quanto nós já trabalhamos, dentro de casa, nos quintais, nosso e da vizinhança, para o dia da apresentação! A força está no processo de como é feito, de como é construído. É uma aventura coletiva, uma experiência comunitária muito intensa. Quando jovem, saí em escolas de minha cidade, e sempre a partir da Igreja. Os mesmos que estávamos na Igreja eram os mesmos que estávamos na escola e nos grupos de amizade. Acho que isso é muito fundante. Tanto, que, hoje, no processo de criação, eu tento cuidar bastante do ambiente. É mais do que fazer bonito para outro ver, primeiro, é se alimentar, cada um, da beleza ali produzida. E essa beleza é capaz de salvar. Não tem nada mágico, mas a arte tem esse poder de encantamento. Ela tem o poder, daquilo que o profeta diz num outro contexto, de seduzir. Ela me seduz e eu me deixo seduzir. Ele se refere a Deus. Nós estamos falando da arte, e de Deus nela. Acho que é um processo bonito de sedução porque ela acalma aquilo que está em guerra dentro do coração humano, ela coloca brilho onde só tem opacidade, ela reinventa onde parece que já foi sinalizado fim, ela recria onde já foi decretada a centença de que não há mais jeito e possibilidade. Ferreira Goulart fala com propriedade, com um beleza que me chama muito à atenção, que “a arte existe porque a vida não basta”. De certa maneira, a vida é incomensurável, não se pode medi-la, e ao mesmo tempo ela fica tão pequena em alguns momentos que a arte vem e a projeta, a coloca naquele lugar, naquela dimensão que ela deve estar. Essa troca entre vida e arte, e arte e vida, é uma tarefa bonita se enquanto Igreja nós pudermos contribuir para ajudar nossas comunidades de fé a terem a percepção de que o simples fato de você colocar flores naturais dentro de um templo religioso é tão artístico e tão divino! O fato de você, liturgicamente, ambientar o espaço celebrativo, com o cuidado que se deve ter com os vasos sagrados, com as vestes, enfim… Acho que são formas, num primeiro momomento, da gente experimentar essa beleza que vem a nós pela arte e depois isso tudo transcende e nos leva aos braços mesmo da Beleza que salva, que é Deus. Eu tento conjugar um pouquinho isso aí.

O LÁBARO – Qual impacto que isso tem causado na comunidade e nas pessoas de fora que vêm prestigiar o carnaval?
Pe. Ronaldo – O que mais eu ouço, que parece a muitos chamar à atenção, é que a aprovação é muito grande, porque eles creem que esse é o caminho da Igreja. A Igreja precisa estar aí. Recordo-me de que a Igreja ensina que o caminho da Igreja é o homem. Onde o homem estiver, travando as lutas pela vida e com a vida, a Igreja precisará ali se fazer presente. A ideia que eu tenho quando eles me dão esse feedback é que se não seria também esse um dos areópagos para exaltar o nome de Deus, para falar de Deus, para semear alguns valores. Porque falar dentro da Igreja é falar para ouvintes que tem um interesse, porque sempre vão ali. Agora, falar através de uma produção artística, coletiva, rezar na avenida para pessoas de diversos credos, num ambiente aparentemente hostil – porque o carnaval, tradicionalmente é associado aos excessos, ao que é impróprio, indevido para uma pessoa de bem –, como estar ali naquele meio sem ser presença, não se misturar e sem perder a referência que é a do evangelho, a partir da Igreja?! Então o que eu acho que chama a atenção dessas pessoas é isso: é que o carnaval dá uma mensagem, produz beleza, congrega, mostra que nós podemos viver a fé sem perder a idoneidade, o caráter, a moral; podemos estar ali presentes de maneira alegre e saudável. Penso que isso traz um arejamento para a fé, ajuda a olhar a fé como algo também bonito de se viver. Não numa expressão usual, comum, mas que é muito forte e, coletivamente, faz um bem muito grande para São Bento.

O LÁBARO – O que é a Obra Social São Benedito, que trabalhos ela realiza e como se mantêm?
Pe. Ronaldo – A Obra Social São Benedito é uma tentativa de releitura da Irmandade de São Benedito, que foi fundada na época da abolição da escravatura, e aqueles que eram alforriados das grande fazendas da região e do Sul de Minas, da Mantiqueira, eles se aglomeravam nas matas, e sem assistência alguma: sem segurança de moradia, sem direito de educação, etc. A Irmandade nasceu naquele desejo de alimentar e ajudar essas famílias que, inicialmente, iam chegando aqui no alto da Mantiqueira, especificamente em São Bento. E ela cumpriu o seu papel, até, depois, sofrer com a mudança dos modelos de Igreja, aquelas transformações necessárias. Há nove anos, nós vimos a possibilidade de fazer uma releitura da Irmandade. Não perder as raízes dela, mas atualizar o seu espírito, o seu carisma. Ela precisaria continuar a ajudar os pobres, que agora são outros. A Obra foi então fundada, e nós mantemos toda essa relação com a origem da Imandade para não perder o seu objetivo que é a promoção mais integral da pessoa humana, sobretudo daquele empobrecido. A partir daí foram surgindo algumas iniciativas. As ações começam pequenas e depois vão ficando impactantes. Eu nunca tinha me dado conta, por exemplo, de que o carnaval da escola impactava a economia local, e acontece isso. Eu, preocupado com outro universo, que é o da produção coletiva, para levar um bonito carnaval, uma bonita mensagem, só depois de alguns anos fui me despertado para a importância que ela também passou a desempenhar na economia local. Eu passei a me senti mais responsável e mais responsabilizado, porque a Igreja vive da economia local. Então há aí uma troca. Se no carnaval eles são beneficiados, de certa maneira, eles devolvem através de patrocínios dos eventos. E com isso, vamos mantendo os trabalhos sociais.

O LÁBARO – Qual o sentimento de ter participado de todas essas realizações?
Pe. Ronaldo – Eu sinto uma realização profunda. Sinto que através do Instituto Missionário São José na Paróquia de São bento, eu tenho alicerçado o meu ministério. Sou muito grato a Deus pelo bispo diocesano confiar no trabalho, pelo Instituto possibilitar aqui trabalhar e pela paróquia ser um espaço de construção do meu ministério, me ajudando e me ensinando a ser um bom padre, que é o meu maior sonho. Se me perguntasse se eu tenho uma ambição na vida, seria essa: ser um bom padre. Nada muito além disso. A sensação é a de estar no lugar onde eu sinto que estou podendo frutificar, podendo, ministerialmente falando, viver a missão de uma maneira a ajudar a vida da comunidade. Essa é uma realização bacana. Me sinto feliz com isso, um sacerdote feliz.

O LÁBARO – Novos projetos, novas perspectivas?
Pe. Ronaldo – Eu alimento bastante a ideia de sedimentar o que existe ainda mais. Tudo precisa ser melhorado, aprimorado, buscar recursos junto a empresários, não criar dependência do poder público municipal, ajudar a Igreja, enquanto comunidade, perceber-se corresponsável nessa tarefa, que não é projeto de um padre. O padre é só o encorajador, o animador, para que uma comunidade se descubra vocacionada para esse serviço à vida. O padre pode ajudar levando outros consigo. Eu coloco isso como meta, até como razão de ser, é levar outros para essa aventura coletiva. Meu grande desafio é, com o tempo, ir fazendo o atelier arteterapêutico tomar forma. Poderá, quem sabe, no futuro, ser um local de acolhida, de pessoas necessitadas de cura, de saúde, de resgatar o brilho da vida que em algum momento se apaga. O objetivo é que lá seja um local para receber religiosos, leigos… enfim, um local onde a gente possa cuidar de lideranças que se cansaram, que perderam o vigor diante das inúmeras exigências da vida, para que elas continuem o caminho com mais ânimo e mais coragem.

FONTE: O Lábaro – fevereiro de 2015

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