Nossa Senhora das Graças – Da medalha milagrosa – 27 de novembro

Era dia 27 de novembro de 1830. A noviça Catarina Labouré foi até a capela do convento, na Rue Du Bac, 140, para fazer suas orações quando lhe apareceu Nossa Senhora segurando um globo, que significava um mundo, e mais especificamente a França. Nossa Senhora abre as mãos e jorram raios luminosos que significavam as graças que Maria tem para nos dar desde o Seu filho Jesus.

A jovem noviça não se espantou com a visão de Maria porque, naquele mesmo ano, 1830, na noite de 18 para 19 de julho, ela já tinha sido levada como o que por um anjo, a aquela mesma capela durante a noite, e, entrando, viu Nossa Senhora sentada na cadeira do padre, no altar. Num misto de susto e encantamento ela se aproximou de Maria ajoelhou-se aos seus pés, debruçou-se ao seu colo e ouviu-a falar sobre as crises na Franca e no mundo e o poder da oração. Catarina já era intima de Nossa Senhora nesta segunda aparição. Nossa Senhora fez Catarina ver duas medalhas, como o que frente e verso da mesma realidade com imagens e símbolos e frases convidando toda a humanidade a confiar na interseção de Nossa Senhora das Graças: “o Maria concebida sem pecado, rogai por nos que recorremos a vos”

Nossa diocese de Taubaté possui, praticamente, em todas as igrejas, capelas ou matrizes, imagens de nossa senhora das graças. Eu acredito que depois de Nossa Senhora Aparecida, rainha do Brasil, a imagem de Nossa Senhora das Graças é a que mais encontramos em nossos tempos católicos. Todos amam Nossa Senhora das Graças e muitos trazem a medalha milagrosa sobre seus peitos. Temos varias paróquias e igrejas dedicadas a ela.

Desde 21 de janeiro de 2016 eu estou como pároco da Paróquia da Santíssima Trindade, em Taubaté, e a matriz desta paróquia é dedicada a Nossa Senhora das Graças. A capela construída em 1932, inaugurada em 9 de julho por Monsenhor Ascânio Brandão, a mando do então bispo Dom Epaminondas, acabou por emprestar o seu nome ao antigo Loteamento do Bispo, que passou a se chamar Vila das Graças. Nosso primeiro pároco e fundador foi o saudoso Padre Florêncio Rodrigues. A paróquia foi fundada no Natal de 1948. Em julho de 1949 veio nomeado o recém ordenado Padre Jose Luiz Pereira Ribeiro como segundo pároco. Foi ele quem praticamente construiu a paróquia, a nova matriz que usamos hoje, a escola paroquial, o centro médico, e o Serviço Paroquial de Assistência que veio mais tarde, a ser conhecido como O Bom Pastor. Padre Zé Luiz instituiu a festa de Nossa Senhora com procissão novena quermesse, príncipes e princesas, anjinhos, com coroação e belíssimas missas celebradas por padres convidados. Os celebrantes, em suas homilias, exaltavam o poder intercessório e taumatúrgico de Nossa Senhora das Graças mostrando o poder daquela escolhida por Deus para ser a mãe de seu filho. O primeiro milagre de Jesus feito em Caná da Galiléia (Jo 2) foi realizado pela interseção de Maria, sua mãe, que se mostra ao longo da Historia da Salvação não só como intercessora, mas principalmente, como Mãe e Mestra que nos ensina a “fazer tudo o que Ele nos disser”.

Está se aproximando mais uma novena de Nossa Senhora das Graças. Todas as paróquias, matrizes santuários, igrejas, capelas e escolas a Ela dedicadas se preparam para festejar Maria, deixando-nos o seu exemplo e seu convite para aproximarmo-nos de Jesus. Ela disse que todas as Graças que pedíssemos diante de seu altar e sua imagem e por sua interseção seriam atendidas. Acredito que mais do que nunca estamos precisando destas graças quando a Igreja, o mundo, infelizmente o Brasil, passam por crises tão profundas, simplesmente, por falta de Deus.

Fala-se muito de Deus, mas, ouve-se muito pouco o que Deus nos diz. E é isso que Maria nos diz: “fazei tudo o que Ele disser”. Procure participar da novena, procure participar da festa (27 de novembro), procure levar no peito a medalha milagrosa, mas, antes de tudo, procure “fazer tudo o que Ele disser!”

Padre Fred

Fonte: O Lábaro – edição de outubro de 2016

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