Mês Missionário: um chamado ao serviço do Reino

O mês de outubro é tradicionalmente celebrado pela Igreja como mês missionário. Não que nos outros meses do ano não se fale de missão. Mas este é um mês de campanha missionária, ou seja, período em que se intensificam as iniciativas de animação e orações em prol das missões em todo o mundo. Com isso, a Igreja busca sensibilizar e despertar a consciência missionária dos batizados, ajudando-os a perceber que todos são responsáveis pelo trabalho do Reino.

Este mês passou a ser denominado de missionário por causa do Dia Mundial das Missões, celebrado no terceiro domingo de outubro. Em 1926, o papa Pio XI, instituiu essa data com o objetivo de incentivar a oração pelas missões e de promover uma coleta em favor da evangelização dos povos. Essa iniciativa é inspirada no mandato de Jesus para anunciar o Evangelho a todas as nações (cf. Mt 16,15). Assim, todos os cristãos católicos são conclamados a rezar e a colaborar concretamente com sua oferta para a realização da missão da Igreja no mundo.

O tema proposto para a reflexão deste ano é: “Missão é servir”, inspirado no ensinamento de Jesus aos seus discípulos: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Jesus dá este ensinamento depois que Tiago e João lhe fazem um pedido inusitado: que um sente à sua direita e outro à sua esquerda na glória do céu. Jesus os questiona se eles estão preparados para participarem do seu destino neste mundo (receber o batismo e beber do cálice), ao que respondem afirmativamente. Jesus então esclarece que não lhe cabe conceder lugares à sua direita e à sua esquerda. Tais lugares são destinados para quem o Pai os reservou. Esse pedido causa desentendimento entre os discípulos, pois eles ainda não haviam compreendido o significado da missão de Jesus, cuja vida e ministério se identificam com o Servo de Javé, apresentado pelo Profeta Isaias (cf. Is 42,1-9; 49,1-9a; 52,13-53,12). Aqueles que se dispõem a seguir Jesus, não podem se comportar como os líderes deste mundo, movidos por ganância e ambição pelo poder. O discípulo de Jesus deve se identificar e viver como o próprio Mestre, sendo aquele que serve, pois “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servi e dar a própria vida como resgate por muitos” (Mc 10,45).

Tal ensinamento não é apenas uma orientação, mas imperativo do seguimento a Jesus e de seu projeto de vida, que exige daquele que o segue a capacidade de renúncia para uma adesão total à causa do Reino.

Na mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões deste ano, ele reforça essa ideia, ao dizer que “a existência de Cristo tem um caráter missionário”, por isso “os homens e mulheres que o seguem mais de perto assumem plenamente esse mesmo caráter”. Por isso, a Igreja é, por natureza, missionária. Porque é herdeira da missão do próprio Cristo, de ser luz para os povos, anunciando e testemunhando o Evangelho.

O papa ressalta ainda em sua mensagem que “a missão não é proselitismo ou mera estratégia; a missão faz parte da ‘gramática da fé’, é algo imprescindível para quem escuta a voz do Espírito que sussurra ‘vem’ e ‘vai’”. Citando a sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, ele reafirma que quem segue Cristo se torna missionário e sabe que Jesus “caminha com ele, fala com ele e respira com ele. Sente Jesus vivo junto com ele no compromisso missionário” (EG, 266). Francisco fala da missão como paixão que emana do encontro com Jesus Cristo e contagia as pessoas. “Ele quer servir-se de nós para chegar cada vez mais perto de seu povo amado e de todos aqueles que o procuram de coração sincero”. Nessa missão, “todos são chamados a anunciar o Evangelho por meio de seu testemunho de vida”.

Assim, todo cristão, pela força do batismo que recebeu, participa da missão da Igreja: anunciar o Evangelho em todo canto, formando discípulos missionários (cf. Mt 28,19). A Igreja de Jesus Cristo é uma Igreja estado permanente de missão, ou, como nos diz o papa Francisco, uma Igreja “em saída”, servidora, capaz de ir às periferias do mundo, não só geográficas, mas também existenciais, e aí “lavar os pés” de tantos irmãos, manifestando a ternura de Deus.
Que este mês missionário seja oportuno para que cada cristão católico reaviva em si a vocação missionária e testemunhe com alegria a fé e a esperança que brotam do Evangelho.

Pe. Jaime Lemes, msj

Fonte: O Lábaro – outubro/2015

1 Comentário

  • Olá, boa tarde! Me chamo Ana Luíza,tenho 15 anos, sempre me perguntam o que eu gosto de fazer e eu não conseguia responder ,até que ano passado fiz um trabalho voluntário em uma igreja que faço catequese, fui dar comida aos moradores de rua, e eu me senti bem ajudando o próximo, e foi naquele momento que eu me encontrei e vi que o que eu realmente gosto é de ajudar as pessoas, quero muito entrar em um grupo de jovens que façam esse tipo de trabalho, que vão ao lar das crianças, ao lar dos idosos, entre outros.
    Desde já agradeço.
    Ana Luíza, pindamonhangaba SP

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