Liturgia: Solenidade de Pentecostes

O Beato João Paulo II compilou a doutrina sobre o Domingo como dia de Páscoa em todas as semanas do ano (e não apenas no tempo pascal) em sua carta apostólica Dies Domine (Dia do Senhor).

Texto precioso do magistério papal, esta carta apresenta todos os fundamentos que devem nos levar à valorização extraordinária do Domingo como um dia especial dentro da semana (ou melhor, como “O” Dia especial da semana): Encontrarse com o Senhor Ressuscitado pelo descanso, pelo lazer e diversão, pela convivência familiar, mas, sobretudo, pela especial celebração da Eucaristia que precisa se revestir de ma conotação muito mais solene aos Domingos.

Se o Domingo é o dia da Páscoa em todas as semanas, João Paulo II também nos recorda que no entardecer do Domingo da Ressurreição Jesus soprou sobre os apóstolos e disse: “recebei o Espírito Santo” e 50 dias depois, também em um Domingo, o Espírito desceu com força, como vento impetuoso sobre os apóstolos reunidos com Maria. A efusão do Espírito foi o grande presente que o Senhor Ressuscitado deixou aos seus discípulos.

Logo, se todo Domingo é Páscoa, podemos dizer que todo Domingo também é Pentecostes. “O Pentecostes não é apenas um acontecimento das origens, mas um mistério que anima perenemente a Igreja”, e que se renova todo Domingo: “A Páscoa da semana tornase assim, de certa forma, o “Pentecostes da semana”. Em cada Domingo os apóstolos dos tempos atuais que somos todos nós revivemos a experiência do feliz encontro com o Ressuscitado, deixandoos vivificar pelo sopro do seu Espírito.

Orientações e sugestões Litúrgicas O tempo pascal é concluído com o Domingo de Pentecostes, no qual são comemorados 3 eventos: o Dom do Espírito Santo derramado sobre os apóstolos; os primórdios da Igreja e o início de sua missão em continuar a missão deixada pelo Senhor Ressuscitado.

Fundamentação Doutrinal: “Se todo Domingo é Páscoa, podemos dizer que todo Domingo também é Pentecostes”

João Paulo II

 É prescrito uma vigília (com um maior número de leituras à exemplo da vigília pascal), a ser celebrada na véspera de Pentecostes. Todavia, seu caráter não é batismal, como na Páscoa. Sua característica marcante é fazer memória da intensa oração dos Apóstolos com Maria que esperavam o Dom do Espírito Santo.

O canto da Sequência de Pentecostes é obrigatório após a segunda leitura. Como consiste em um hino, tradicionalmente é entoado em pé, podendose alternar solista e assembleia, inclusive com o conhecido refrão: “a nós descei divina luz”, intercalado a cada 2 estrofes (o que proporciona um maior envolvimento do povo com a súplica que neste momento a Igreja eleva ao Senhor). No CD Hinário Litúrgico da CNBB para o Tempo Pascal ano C há uma belíssima melodia que se harmoniza com este refrão.

A oração dos fiéis poderá ser em forma de ladainha ou com o refrão cantado. No blog da Comissão Diocesana de Liturgia (www.diocesetaubateliturgia.blogspot.com.br) reproduzimos de forma adaptada a proposta do Secretariado nacional de liturgia de Portugal.

O grande sinal litúrgico do Tempo Pascal foi a presença do círio pascal junto à mesa da Palavra ou do altar. No Domingo de Pentecostes, consumação (mas também conclusão) do tempo pascal, este sinal deverá ser retirado de forma solene do espaço celebrativo. Conforme afirma a proposta celebrativa para apagar o círio pascal (também encontrada no blog da Comissão Diocesana de Liturgia), este sinal nos é tirado, também porque, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado e cheios do fogo dos dons do Espírito Santo, agora, devemos ser nós, “Luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa, que passa no mundo, em meio aos irmãos, para guiálos no êxodo em direção ao céu, à “terra prometida” definitiva.

Esperamos que, conforme ensina Ruillard, o tempo pascal não tenha sido apenas um tempo constelado de “Aleluia”, no qual a liturgia desenvolve mais profundamente os temas do mistério pascal; seja ele um tempo diferente dos outros, como um dia celeste, um dia de eternidade, inserido na trama do tempo terreno; e, durante este dia celeste, (cuja duração é de 50 dias terrenos), a Igreja faz a experiência, nos limites do possível, da vida eterna, da vida glorificada, na qual já penetrou o homemDeus chamado Jesus, conservando escancarada a sua porta.

Padre Matheus

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